Laudo sobre Cássia Eller confirma infarto, mas não diz a causa da morte
da Reuters, no RioO chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Álvaro Lins, confirmou na tarde de sexta-feira, no Palácio da Guanabara, que o laudo do IML sobre a morte da cantora Cássia Eller atesta que ela foi vítima de infarto do miocárdio, consecutivo a múltiplas paradas cardiorrespiratórias.
O laudo não detectou a presença de drogas ou álcool nas vísceras da cantora.
"Na presente discussão não se levou em conta as alterações produzidas por diferentes drogas lícitas e/ou ilícitas e álcool, em vista do resultado do exame toxicológico ter sido negativo",diz o laudo, assinado por Zuleica Ribeiro, perita-legista do IML.
O laudo não é totalmente conclusivo porque os peritos disseram não possuir elementos tecnicamente suficientes para determinar a causa da primeira parada cardiorespiratória.
"É ossível concluir que as demais complicações descritas e diagnosticadas ocorreram em decorrência daquela (parada cardiorespiratória), assim sendo, os peritos não se opõem a que a morte tenha ocorrido por infarto do miocárdio, devido a sucessivas paradas cardio-respiratórias" diz o laudo.
"O ue a gente não sabe é o que provocou a primeira parada cardíaca. Do ponto de vista patológico e toxicológico podemos afirmar que ela não consumiu drogas nem álcool. Falta um motivo clínico para esta primeira parada cardíaca" disse Álvaro Lins. O próprio chefe da Polícia Civil, Álvaro Lins, não descarta possibilidade de erro médico.
"O que provocou a primeira parada cardíaca foi um motivo clínico-médico, e isso inclui erro médico, mas é difícil fazer suposições neste momento".
"O laudo toxicológico diz que ela não consumiu álcool nem drogas. Não encontrou substâncias ilícitas. Não há discussão em relação a isso. O laudo é conclusivo do ponto de vista toxicológico. Não há vestígios de drogas nas vísceras dela", disse Álvaro.
Para o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), o laudo gera uma contradição. O departamento solicitou cópias do inquérito policial do laudo do IML para abrir uma sindicância que vai apurar a morte da cantora.
Jorge de Noronha, presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio, disse que ficou surpreso com a conclusão do laudo do IML e que existem fatos contraditórios em toda a história.
"No exame de necropsia é fácil descobrir se ouve ou não infarto. Mas só agora eles viram isso? Essa conclusão poderia ter sido feita antes, e isso me causa estranheza".
Outro fato que está intrigando o presidente do CRMR são as declarações de amigos e parentes de Cássia Eller, que disseram que a cantora estava agitada e que poderia ter consumido álcool ou drogas.
"Tudo levava a crer que era overdose, mas o laudo mostra outra coisa, contrariando depoimentos dados à imprensa por várias pessoas. Infarto dá angústia e não excitação na pessoa", disse Jorge.
A polícia ficou convencida com o laudo e não pretende solicitar um exame complementar, mas o IML ficou com parte das vísceras da cantora, caso a justiça solicite exames complementares.
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