Reuters
04/03/2002 - 14h33

Risco de recaída é inferior a 4% dois anos após parar de fumar

da Reuters, em Nova York

Há boas notícias para ex-fumantes. Se resistirem ao desejo de fumar por dois anos, eles têm uma chance muito maior de abandonar o hábito que causa câncer. Entretanto, os resultados sugerem que a tentação de acender um cigarro pode permanecer por até dez anos.

Geralmente, entre 60% e 90% dos fumantes que tentam largar o tabaco terão uma recaída no primeiro ano. Dos que ultrapassam a marca de doze meses, 15 por cento voltarão a fumar no segundo ano.

Mas existem poucos dados sobre o que ocorre com os ex-fumantes após dois anos, informou a equipe de Elizabeth A. Krall, da Escola de Medicina Dental da Universidade Boston, em Massachusetts.

No estudo, os pesquisadores verificaram que "os ex-fumantes que permaneceram abstêmios por pelo menos dois anos têm um risco de ter uma recaída entre o segundo e sexto ano que varia de 2% a 4%. Essa chance, no entanto, cai para menos de 1% ao ano após dez anos de abstinência."

A equipe de Krall avaliou 483 homens fumantes que foram acompanhados por 35 anos. Os voluntários passaram por exames físicos a cada três anos e também responderam perguntas sobre fumo, consumo de álcool e de cafeína. Os resultados foram publicados em edição recente da revista Nicotine & Tobacco Research.

Nesse grupo de homens, a propensão maior à recaída foi verificada entre aqueles que fumavam charutos ou cachimbo, consumiam mais de seis xícaras de café por dia ou tomavam diariamente cinco ou mais doses de bebida alcoólica, indicou o trabalho.

Os consumidores de álcool que querem largar o tabaco podem estar interessados em saber que, ao contrário da crença popular, os cientistas verificaram que a quantidade de álcool ingerida parece ter uma influência maior na recaída que o ato de beber socialmente.

"A relação com o álcool parece depender mais da quantidade consumida que da situação social em que ocorre o uso", informaram os pesquisadores.

A probabilidade de fumar enquanto bebiam coquetéis -ou em outros momentos em que o álcool era consumido- foi igual entre os homens que tiveram recaída e entre aqueles que não retomaram o hábito.

"As conclusões sugerem que, embora os esforços para evitar a recaída de ex-fumantes recentes possam ter um impacto maior nos dois primeiros anos após a interrupção do tabagismo, essas pessoas continuam a apresentar algum risco de voltar a fumar por pelo menos dez anos", afirmou a equipe.

 

FolhaShop

Digite produto
ou marca