Korn faz "chover" em show para milhares de fãs em SP

da Reuters, em São Paulo

Uma barulheira aguda combinada com muito calor e suor. Esse foi o show do Korn, que se apresentou para milhares de adolescentes na noite de segunda-feira no Credicard Hall, em São Paulo.

Durante cerca de 1h20, fãs praticamente levitaram em saltos ávidos e sincronizados com os pesados riffs da banda californiana de new-metal.

Como no mundo do rock'n'roll até o ser mais horripilante é considerado um deus, as meninas não deixaram por menos e gritaram "lindo!" para o feioso e problemático vocalista Jonathan Davis, que estava vestido com uma camiseta tipo Hering de manga comprida e uma saia longa estampada com uma cruz gótica.

À medida que o show ia rolando, o Credicard Hall se transformou numa verdadeira sauna a vapor. O suor das pessoas evaporou, condensou no teto e acabou pingando no público, como se fosse um princípio de chuva.

E uma chuva de hits foi o que se ouviu nos primeiros 60 minutos de show, cujo repertório se concentrou nos álbuns "Korn", "Life is Peachy", "Follow the Leader" e "Issue", e em músicas como "Blind", "Need to", "A.D.I.D.A.S" e "Freak On A Leash".

Os 20 minutos finais foram reservados ao bis. Davis voltou ao palco tocando uma gaita de fole e o encerramento da apresentação ficou por conta de músicas menos conhecidas, como a derradeira "Fagot".

Canções emendadas umas nas outras e quase nenhuma comunicação com o público marcaram o show do Korn - "Olá, São Paulo" e "Amamos vocês, São Paulo, nos vemos na próxima" foi tudo o que se ouviu de Davis.

Ao final, juntando os acordes distorcidos das guitarras e os berros estridentes da platéia teen - que se esgoelou para cantar todas as músicas, tornando Davis quase inaudível -, a sensação deixada pelo show do Korn era de uma certa dor de ouvido. E uma tremenda vontade de ir para o chuveiro.