Zidane adere à campanha contra Le Pen na França
da Reuters, em ParisHerói da equipe multiétnica que em 1998 conquistou a primeira Copa do Mundo para a França, o jogador Zinedine Zidane entrou hoje na campanha contra a candidatura do líder de ultradireita Jean-Marie Le Pen.
| Reuters - 18.fev.2000 |
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| Jean-Marie Le Pen, candidado de extrema direita que disputará o segundo turno nas eleições presidenciais da França |
"É muito importante, especialmente quando penso nas conseq ências de votar em um partido que não corresponde em nada aos valores franceses."
Zidane, que nasceu em Marselha numa família de imigrantes, se disse "orgulhoso de ser francês, mas descontente com o que está acontecendo". A equipe que ele liderou na Copa de 1998 [vencendo o Brasil na final] foi vista, na época, como um exemplo de convivência entre a França branca e sua grande população de origem estrangeira.
Oposição
A associação patronal Medef criticou hoje as políticas protecionistas defendidas por Le Pen, que no dia 5 de maio disputa o segundo turno das eleições contra o atual presidente, Jacques Chirac.
Seu dirigente, Ernest-Antoine Seilliere, disse que a eleição de Le Pen abriria uma grave crise econômica no país. "Escolher o isolamento e o protecionismo em um mundo onde a liberdade, a abertura e o comércio criam crescimento em todas as partes seria levar a um declínio sem precedentes", afirmou.
Seilliere espera que Chirac não só vença Le Pen [como prevêem os institutos de pesquisa] como também consiga ampla margem no próximo Parlamento, a ser escolhido em junho, para que possa "iniciar um programa de reformas estruturais".
Manifestações contra Le Pen estão surgindo de todos os setores da sociedade francesa, até naqueles tradicionalmente avessos ao conservador Chirac. Desde domingo, milhares de pessoas saem às ruas diariamente contra o racismo e a xenofobia. O ponto alto dessa campanha deve acontecer na quarta-feira (1), Dia do Trabalho. A polícia vai reforçar a segurança em Paris, pois os partidários de Le Pen também devem fazer uma manifestação, em louvor a Joana d'Arc, a heroína escolhida por eles para representar seus ideais nacionalistas.
