Reuters
29/04/2002 - 15h43

Telesp planeja ousadia nas tarifas para concorrer com TIM

da Reuters

A Telesp Celular, operadora que detém 66% do mercado paulista, promete tudo menos timidez na estratégia para manter seus 5,2 milhões de clientes frente à futura concorrência da TIM (Telecom Italia Mobile).

A empresa atualmente concorre com a BCP na região metropolitana de São Paulo e da Tess no interior e litoral do Estado.

O presidente da companhia, Carlos Vasconcellos, encaminhou ao órgão regulador mais de 20 pacotes de tarifas inovadores. Sem entrar em detalhes, ele disse que algumas alternativas são combinações de serviços pré e pós-pagos.

"Não haverá ações tímidas de resposta à concorrência, de forma a manter nossa cota de mercado", afirmou Vasconcellos, durante reunião da Abamec (Associação Brasileira dos Analistas do Mercado de Capitais.

Embora a TIM ainda enfrente restrições regulatórias, a Telesp Celular trabalha com um cenário em que admite a estréia da empresa italiana no mercado paulista a qualquer momento.

Para a liberação da TIM, a Telecom Italia terá que se afastar do grupo de controle da Brasil Telecom, o que está sendo negociado com o sócio Opportunity.

"Estamos preparando um conjunto de iniciativas na área de tarifação que prevê todo tipo de cenários para resposta rápida e eficaz a qualquer mudança do que vem até aqui sendo praticado no mercado", disse o presidente da Telesp Celular.

Vasconcellos descartou, no entanto, que a telefonia celular repita a guerra de tarifas ocorrida nas ligações internacionais.

"A TIM tem declarado que não entrará em guerra de tarifas, mas pode apresentar novas estratégias, como planos que não existem neste momento no mercado", disse. Ao mesmo tempo em que busca manter a fatia de dois terços dos usuários de celular no Estado de São Paulo, a Telesp Celular opta por um crescimento "controlado" da base de clientes.

O número de novos usuários de pré-pago caiu no primeiro trimestre do ano, mas continua sendo muito superior ao de pós-pago. A receita por usuário do pós-pago aumentou 27,3% no primeiro trimestre, comparado com o mesmo período do ano passado, enquanto a do pré-pago encolheu 18,5% na mesma comparação.

Na Global Telecom, operadora do Paraná e Santa Catarina do mesmo grupo, a meta é chegar ao final do ano com entre 39% e 40% do mercado. A fatia hoje é de 36%, com 905 mil clientes.

A base de usuários pós-pagos da Global Telecom sofreu, no entanto, um enxugamento de 11,1% no primeiro trimestre em relação ao resultado do final do ano e de 29,2% na comparação com o mesmo período de 2001. Segundo Vasconcellos, o fim de ofertas de minutos gratuitos resultou numa "higienização" da base de assinantes.

A Global Telecom conquistou pela primeira vez um resultado operacional positivo no primeiro trimestre do ano e a expectativa da empresa é que se mantenha assim por todo o ano. Adotando critério do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), a geração de caixa foi de R$ 12,4 milhões.
 

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