Reuters
09/05/2002 - 13h34

Fabricantes europeus negam que chocolate seja nocivo à saúde

da Reuters, em Londres

Os fabricantes de chocolates da Europa criticaram fortemente hoje uma ação judicial dos Estados Unidos, que alega que as companhias não informaram aos consumidores que alguns produtos continham níveis nocivos de metais tóxicos, como chumbo.

"Pretendemos nos defender vigorosamente contra essas alegações sem provas e ridículas", disse um porta-voz da Nestlé, a principal fabricante de alimentos do mundo.

A maioria dos fabricantes reagiu com mais espanto do que fúria ao processo judicial, aberto em um tribunal de Los Angeles pelo Instituto Americano de Segurança Ambiental (Aesi, na sigla em inglês). Um analista de alimentos londrino definiu a acusação como "pura fantasia".

A Cadburry Schweppes Plc, a maior fabricante de chocolates do Reino Unido, disse que "não sabia de nenhum problema", e afirmou que produtos brutos, como o cacau, são analisados para se verificar a presença de potenciais riscos à saúde.

Vestígios de metais, como chumbo e cádmio, aparecem naturalmente no chocolate e as quantidades variam dependendo do solo onde as plantações de cacau estão. Em certas quantidades, esses metais representam um risco comprovado à saúde, principalmente a das crianças. Mas Mike Webber, diretor da Aliança dos Fabricantes de Biscoitos, Bolos, Chocolates e Doces do Reino Unido, afirmou que mesmo os mais "chocólatras" não conseguiriam comer barras de chocolate com taxas suficientes de toxinas para representar um risco à saúde.

"Chumbo e cádmio estão lá, mas em quantidades mínimas, então teria que se comer centenas de quilos [de chocolate] todos os dias para se ter algum problema. Isso já foi analisado diversas vezes por especialistas. É uma tempestade em um copo de água".

A instituição, segundo Webber, regularmente conduz suas próprias análises para descartar as chances de contaminação por materiais perigosos.

Alertas
"Os fabricantes de chocolates não tomaram medidas adequadas para remover os níveis potencialmente perigosos de chumbo e cádmio de seus produtos e nem notificaram os consumidores sobre os riscos à saúde", destacou a Aesi em um comunicado. Além da Nestlé, a Kraft Foods Inc. e a Hershey Foods Corp. também foram inseridas no processo.

O escritório da procuradoria Pública da Califórnia informou que realizou um inquérito e verificou que as empresas violaram o artigo 65 da Califórnia, que prevê um aviso aos consumidores quando substâncias nocivas estão presentes em produtos alimentícios.

O porta-voz da Nestlé declarou que a Aesi, que já processou outras empresas de cigarro, remédios e alimentos, não tem "nenhuma competência científica".

 

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