Grupo quer que Reno Unido retire droga antiacne do mercado
da Reuters, em LondresUm grupo de ação internacional pediu às autoridades de saúde do Reino Unido que proíbam a venda de uma droga antiacne associada a suicídio dos pacientes.
Liam Grant, cujo filho se matou enquanto usava o medicamento Roacutan, disse à Agência de Controle de Remédios (MCA) que a droga é perigosa e aumenta o risco de depressão.
No Reino Unido, 15 pessoas que tomavam o produto, fabricado pelo laboratório Roche Holding AG, cometeram suicídio e outras dez tentaram se matar, segundo estatísticas da MCA.
"Estamos recomendando à MCA a retirada da droga, a proibição até que a Roche complete mais estudos de segurança", afirmou Grant, presidente do Grupo de Ação Internacional contra o Roacutan. "Achamos que a MCA não tem outra alternativa, a não ser fazer isso".
O grupo, que conta com 2.000 integrantes no Reino Unido e na Irlanda, afirmou à MCA que estudos científicos mostrariam exatamente quais os efeitos da droga no sistema nervoso central. E segundo Grant, o laboratório suíço se recusou a conduzir os experimentos.
Mas, segundo ele, existem 41 estudos publicados ligando o uso do Roacutan à depressão e ao suicídio.
A Roche do Brasil foi procurada para comentar o caso, mas preferiu não se pronunciar.
A Roche alega que seu remédio tem sido utilizado por milhões de pessoas e disse que não há evidências científicas provando que há maiores riscos de depressão e suicídio associados ao seu uso.
"Não há indícios de que o Roacutan seja o verdadeiro responsável por esses casos [de suicídio]", disse a médica Trisha Campbell, chefe do Departamento de Assuntos Médicos da Roche no reino Unido. "Poderiam existir numerosas razões para a ocorrência desses casos".
O Roacutan, medicamento à base de vitamina A, foi licenciado para a venda no Reino Unido em 1983. O remédio é indicado para tratar acne grave e em sua bula há alertas de possíveis efeitos colaterais.
Nos EUA, onde o medicamento é vendido com o nome de Accutane, a família de um adolescente da Flórida que jogou um avião contra um prédio de escritórios, abriu um processo contra a Roche para receber uma indenização de US$ 70 milhões por sua morte.
A Food and Drug Administration (FDA), agência norte-americana que regula alimentos e remédios, recebeu 37 registros de suicídios -24 de pacientes que tomavam a droga e 13 de outros que já tinham encerrado o tratamento.
