Reuters
19/05/2002 - 15h49

De guerrilheiro a presidente, Xanana Gusmão é herói de Timor Leste

JOANNE COLLINS
da Reuters, em Dili

Para seus muitos admiradores, Xanana Gusmão é uma espécie de Nelson Mandela de Timor Leste. De poeta a guerrilheiro, depois prisioneiro político, José Alexandre Xanana Gusmão fez a comparação mais completa, pouco depois da meia-noite do domingo (12h em Brasília), quando foi declarado o primeiro presidente do país, minutos depois da declaração de independência.

Assim como o respeitado líder sul-africano, que se aposentou em 1999, Gusmão vai precisar de todo seu charme e influência para reconstruir a mais nova nação do mundo e curar o povo das feridas deixadas pelos 24 anos brutais em que o território ficou nas mãos da Indonésia.

''Quando ele ficou na prisão em Jacarta, conquistou muito respeito entre os guardas. Quando foi solto, muitos deles choraram'', disse Agio Pereira, diretor da Agência de Desenvolvimento do Timor Leste, que trabalhou com Xanana em oposição ao domínio indonésio.

Por conta da invasão da Indonésia em 1975, Gusmão liderou um pequeno bando de guerrilheiros armados com arco e flecha, até ser pego em 1992.

Depois de ser inicialmente sentenciado pela corte de Jacarta a prisão perpétua, sua pena foi reduzida para 20 anos. Ele foi libertado pouco depois da votação de independência, em 30 de agosto de 1999.

Nascido na cidade de Manatuto em 20 de junho de 1946, Gusmão passou quatro anos em um seminário jesuíta em Dare. Em 1974, ele ganhou um prêmio de poesia do Timor Leste pelo poema ''Mauberedias'', inspirado no famoso trabalho do poeta português Luís de Camões, ''Os Lusíadas''.
 

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