Reuters
30/05/2002 - 11h03

MaxBlue aposta em Banco do Brasil para obter mercado

da Reuters, em São Paulo

A proposta inovadora de consultoria financeira ainda não foi suficiente para garantir ao MaxBlue um lugar confortável no disputado mercado de investimentos para clientes de alta renda. A empresa, controlada pelo Deutsche Bank e o Banco do Brasil, aposta agora na força do maior banco brasileiro para ganhar mercado.

Em pouco mais de um ano presente no país, o MaxBlue conseguiu apenas 7.000 clientes, número muito abaixo dos 20 mil a 30 mil esperados para os primeiros 12 meses de operação.

"Acreditamos que vamos começar a conquistar clientes com mais força agora que o Banco do Brasil acabou de treinar uma equipe de captação", afirmou o presidente do MaxBlue Brasil, Ricardo de Barros Vieira.

A meta é chegar aos 200 mil clientes no Brasil nos próximos cinco anos. A tarefa, entretanto, não é das mais fáceis, porque significa competir em um segmento praticamente saturado, no qual concorrem todos os grandes bancos de varejo nacionais e internacionais, com uma infinidade de produtos próprios.

O MaxBlue sabe disso, mas acredita no sucesso de seu modelo de negócios, que oferece "os melhores" produtos de investimento disponíveis no mercado, mesmo que de instituições concorrentes.

"O mercado brasileiro continuará dominado por grandes bancos de varejo. Por isso o MaxBlue não tem portfólio de produtos próprios. Essa é a mudança de conceito que pode fazer a diferença", argumenta o presidente da instituição.

Não é à toa que a missão de consolidar o MaxBlue está desde meados de abril a cargo de Vieira, funcionário de carreira do BB, que ocupou durante os últimos seis anos o cargo de diretor de Varejo do maior banco do país.

Com a experiência adquirida nessa área, ele define que o MaxBlue "não vai ser um supermercado" de produtos financeiros.

"Não vamos colocar os produtos numa prateleira. O cliente do MaxBlue quer comodidade na escolha dos produtos, mas quer segurança para saber se está fazendo a escolha certa", afirmou ele. "No máximo, vamos ser uma butique."

Criado pelo Deutsche Bank, o MaxBlue chegou ao Brasil em abril do ano passado. Em dezembro, o Banco do Brasil (BB) adquiriu por 90 milhões de dólares uma participação de 49,9 por cento do MaxBlue Americas.

O objetivo do maior banco brasileiro é se lançar com mais força no competitivo mercado de serviços financeiros para clientes de alta renda --com ganhos mensais superiores a 5 mil reais ou capacidade de investir no mínimo 15 mil dólares por ano.

Apesar da parceria com o maior banco brasileiro, com mais de 34 mil pontos de atendimento no país, a maior parte do atendimento do MaxBlue é feita de forma virtual. Os investidores podem fazer aplicações pelo portal de Internet do grupo ou pelo telefone, mas também podem receber a visita de consultores de investimentos.

A força do Banco do Brasil deve aparecer no marketing do MaxBlue "em breve". Segundo Vieira, a instituição prepara uma campanha que introduzirá a marca do BB como uma das instituições que endossam a consultoria. Até agora, esse papel cabe exclusivamente ao banco alemão, que assina o logo do MaxBlue com as palavras "By Deutsche Bank".

"O MaxBlue é uma marca nova e o Deutsche Bank dava endosso. A partir da aquisição, os sócios acham que a marca do Banco do Brasil tem muito a acrescentar", afirmou Vieira.

 

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