Reuters
10/06/2002 - 15h51

Saiba o que são as "bombas sujas"

da Reuters, em washington

As "bombas sujas" podem não causar a mesma destruição de uma arma atômica, por exemplo, mas provocam pânico e enormes danos econômicos.

Hoje, o secretário de Justiça dos Estados Unidos, John Ashcroft, disse que esse equipamento - uma bomba convencional, "recheada" com lixo nuclear - foi o que levou à prisão de Abdullah Al Muhajir, acusado de participar da rede Al Qaeda, de Osama bin Laden.

Essa bomba não criaria uma enorme explosão, mas liberaria material radiativo por uma área relativamente extensa. Segundo um relatório do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, uma bomba de 1.800 quilos colocada em um ônibus no Mall - principal atração turística de Washington, perto da Casa Branca e do Congresso - contaminaria alguns quarteirões da capital norte-americana.

Essa simulação aponta que os bombeiros e policiais enviados para o local estariam submetidos ao maior risco. Todas as pessoas deveriam ser retiradas do centro da capital, o que paralisaria o governo e as empresas durante meses.

As pessoas que estivessem a poucos quarteirões da explosão acabariam tendo maior propensão ao câncer. Sofreriam as mesmas consequências dos europeus expostos à nuvem radiativa de Tchernobil, em 1986.

Analistas dizem que é possível construir uma pequena arma nuclear com material encontrado em equipamentos velhos. No ano passado, algumas pessoas ficaram doentes na Geórgia depois de achar o isótopo estrôncio-90. A Agência Internacional de Energia Atômica enviou equipes à região para procurar mais restos.

Temendo que episódios como esses se repitam e que o material nuclear caia em mãos mal intencionadas, Rússia e Estados Unidos firmaram no mês passado um pacto para melhorar o controle sobre os dejetos nucleares.

Pesquisadores da Universidade Harvard dizem que apenas 40% do material nuclear russo compatível com bombas é corretamente guardado. Esse número cai para menos de 7% quando se fala no urânio enriquecido.

Os EUA também têm muito material à disposição dos terroristas. Segundo a Comissão Reguladora Nuclear, nos últimos cinco anos desapareceram 835 equipamentos que levam material radiativo.

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