Reuters
22/07/2002 - 09h03

Greenpeace faz protesto em alto-mar contra carga nuclear

da Reuters, em Sydney

Manifestantes do Greenpeace atiraram-se no mar hoje em frente a dois barcos carregados de lixo nuclear, perto da costa australiana, em uma tentativa de evitar o deslocamento do carregamento.

Essa é a primeira viagem marítima de uma carga atômica desde os atentados de 11 de setembro. Ambientalistas e vários governos afirmam que os dois navios são um alvo visado para um possível ataque terrorista.

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Ativistas do Greenpeace protestam diante de barco carregado de lixo nuclear, perto da costa australiana
O material atômico está sendo levado do Japão de volta para a fábrica BNFL, no Reino Unido, que aceitou recebê-lo após admitir irregularidades em documentos da venda. A fábrica chamou os ativistas de "lunáticos" e disse que o Greenpeace estava ameaçando vidas.

A pequena frota do Greenpeace encontrou os dois cargueiros britânicos, ambos levemente armados, no amanhecer de hoje, nas águas internacionais do mar da Tasmânia. A bordo dos dois navios estão 225 quilos de plutônio enriquecido.

Com uma prancha de surfe, o senador australiano Ian Cohen se lançou ao mar, junto com outro ativista, apenas 400 metros à frente dos barcos, agitando um cartaz que dizia "Pacífico livre de [material] nuclear".

O senador considerou a sua ação como "uma vitória da diplomacia surfista australiana". Ele contou que os botes motorizados do Greenpeace passaram sete horas buscando os barcos durante a noite.

A empresa BNFL disse que a ação colocou em risco a vida de outras pessoas fora as dos militantes, e que por isso os autores deveriam ser processados. "Isso não dá nenhum crédito ao Greenpeace", declarou um porta-voz.

O governo da Austrália afirmou que a viagem é segura e que não há riscos a seu território, como dizem a oposição e os ambientalistas. Já a Nova Zelândia proibiu que os navios se aproximem a menos de 200 milhas do país e determinou que sua Força Aérea vigie o transporte.
 

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