Reuters
19/08/2002 - 18h04

Líder terrorista Abu Nidal é encontrado morto em Bagdá

da Reuters, em Ramallah (Cisjordânia)

Abu Nidal, um dos terroristas mais procurados do mundo foi encontrado morto com marcas de tiros em sua casa em Bagdá (Iraque). Ele tinha 65 anos e a reputação de ser um dos mais impiedosos comandantes palestinos e inimigo do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat.

Fontes palestinas confirmaram a morte ao jornal palestino "Al-Ayyam", que publicou hoje que Abu Nidal teria aparentemente se suicidado há três dias.

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Abu Nidal era responsabilizado por mais de 90 atentados e sequestros
O líder terrorista Sabri al-Bana, mundialmente conhecido pelo seu nome de guerra de Abu Nidal, era o chefe do grupo Fatah-CR (Conselho Revolucionário da Fatah), que se desligou da Organização pela Libertação da Palestina (OLP) em 1974, alegando que esta era moderada demais.

O grupo foi responsável por dezenas de ataques em 20 países contra alvos do Oriente Médio, Europa e Estados Unidos e que mataram centenas de pessoas.

Nidal havia sido sentenciado à morte à revelia por um tribunal militar da Fatah. Em 1982, seu grupo tentou assassinar o embaixador israelense no Reino Unido, provocando a invasão de Israel no Líbano para acabar com grupos guerrilheiros.

Palestinos disseram hoje que Abu Nidal, 65, havia morrido de ferimentos a bala no apartamento dele em Bagdá (capital iraquiana). A informação não pôde ser verificada, mas, se verdadeira, significaria o fim de um capítulo sangrento da história do Oriente Médio.

Guerrilha sangrenta
Durante os anos 70 e 80, o filho de refugiados palestinos conduziu uma guerra de guerrilha sangrenta em três continentes, com assassinatos, atentados e sequestros, cujas vítimas foram principalmente israelenses e árabes favoráveis à paz com o Estado judaico.

Abu Nidal era considerado um revolucionário de verdade por seus aliados, mas, pelos inimigos, um megalomaníaco que dançava a música dos serviços de inteligência do Iraque, Síria e Líbia. O Líbano e a Jordânia o condenaram, à revelia, à pena de morte.

O Fatah-CR atuou em vários locais e o quartel-general do grupo teria sido erguido em Trípoli, capital da Líbia, em 1987.

Em outubro de 1988, dois importantes membros da organização, Atef Abu Bakr e Abdelrahman Isa, romperam com o Fatah-CR e acusaram Abu Nidal de ter matado 156 integrantes do grupo em expurgos motivados antes pela paranóia do que por indícios verdadeiros de traição.

Depois do atentado contra o avião da Pan Am sobre Lockerbie (Escócia), no mesmo ano, a Líbia se viu sob pressão para tomar medidas contra os terroristas árabes, e Abu Nidal foi colocado em prisão domiciliar.

Sofrendo de câncer, Abu Nidal viajou para o Egito para receber tratamento e depois fixou residência em Bagdá.

Seu grupo, a Fatah-CR, é acusado de ter matado ou ferido cerca de 900 pessoas em ao menos 20 países. Entre as ações da Fatah-CR está o atentado contra o embaixador de Israel na Grã-Bretanha em 1982, Shlomo Argov, que ficou ferido. A ação detonou a invasão israelense do Líbano.

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