Tênis com nome de gás mortal irrita grupos judaicos
da Reuters, em LondresEntidades judaicas reagiram com indignação à notícia de que uma empresa britânica está vendendo um tênis com o mesmo nome do gás usado para matar milhões de judeus durante o Holocausto.
A Umbro, patrocinadora oficial da seleção inglesa de futebol, disse que houve uma infeliz coincidência entre o nome do tênis Zyklon, lançado em 1999, e o do produto químico Zyklon B, usado nas câmaras de gás dos campos de extermínio.
"Temos certeza de que não houve intenção de ofender. Daqui para frente vamos investigar os nomes com mais atenção", disse o porta-voz da empresa, Nick Crook. Ele afirmou que o tênis, que no Reino Unido custa o equivalente a US$ 30, será rebatizado ou tirado do mercado.
O nome do gás aparece na caixa do tênis, mas não nos sapatos e por isso a empresa não tem a intenção de trocar os pares já vendidos, nem disse o que fará com aqueles já entregues às lojas.
A polêmica começou em uma carta de Shimon Samuels, um dos diretores do Centro Simon Wiesenthal, que luta pela preservação da memória do Holocausto, ao executivo-chefe da Umbro, Peter McGuian.
"O abuso ultrajante do Holocausto é um insulto às vítimas e sobreviventes, um encorajamento aos neonazistas e skinheads que aterrorizam as arquibancadas de futebol e uma desonra ao esporte em si", escreveu Samuels.
Ele disse que seu escritório foi inundado com mensagens propondo um boicote à marca, e disse que o simples reconhecimento do erro não será suficiente. "Não basta só retirar e rebatizar, é (preciso) uma investigação sobre como é que isso aconteceu", afirmou.
"Se foi puramente ignorância, eles precisam de educação. Se há algo mais profundo que ignorância, estamos dizendo, 'epa, vocês fornecem para a indústria do futebol e a indústria de futebol está tomada por skinkeads neonazistas'".
Ele sugeriu que a Umbro troque todos os pares que já foram vendidos. "Há milhares de jovens andando por aí com esses sapatos que levam uma pitada das câmaras de gás", afirmou.
