Reuters
03/09/2002 - 11h04

Norte-coreanos invadem prédio da embaixada alemã em Pequim

da Reuters, em Pequim

Cerca de 20 norte-coreanos em busca de asilo político invadiram hoje um edifício ligado à embaixada da Alemanha em Pequim, segundo testemunhas. A polícia cercou o local, onde há uma escola alemã e apartamentos de diplomatas.

Uma funcionária da embaixada alemã negou-se a dizer se o lugar é considerado território de seu país. "É uma questão bem complicada", afirmou.

Um aluno de 17 anos, Carsten Muehl, contou que estava assistindo à aula quando um diretor da escola veio avisar que ela poderia ser invadida por norte-coreanos. "Tínhamos de tomar cuidado para sair do prédio sem deixar que eles entrassem."

Desde o começo do ano, mais de 80 norte-coreanos já conseguiram asilo em missões diplomáticas na China. Eles acabaram sendo autorizados a viajar para a Coréia do Sul via um terceiro país.

Para evitar esses incidentes, a China reforçou a segurança em torno das missões diplomáticas, e ontem invadiu um prédio onde há várias embaixadas para retirar de lá mais de dez norte-coreanos.

Vários carros da polícia e dezenas de agentes foram colocados em frente à porta do prédio alemão invadido.

A chancelaria não quis comentar o incidente, mas horas antes o porta-voz Kong Quan havia defendido o procedimento de repatriar norte-coreanos que entram ilegalmente na China.

Eles são considerados imigrantes econômicos clandestinos, embora grupos de direitos humanos defendam que eles sejam tratados como refugiados, por causa da fome e da opressão em seu país. Algumas entidades dizem que até 300 mil fugitivos vivem misturados entre as etnias coreanas que habitam o nordeste da China.

Kong acusou as ONGs de ajudarem os norte-coreanos a invadir embaixadas e disse que a China, "mesmo não sendo um país rico", está dando comida e empregos aos norte-coreanos que entram ilegalmente, razão para que eles respeitem a lei e não invadam embaixadas.

As invasões, disse o funcionário, "prejudicam a estabilidade social na China, especialmente a vida normal, o estudo e o trabalho nas embaixadas estrangeiras. Por isso nos opomos firmemente".

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