Reuters
12/09/2002 - 10h25

Leia íntegra do discurso de George W. Bush em 11 de setembro

da Reuters, em Nova York

Leia a seguir a íntegra do pronunciamento à nação feito ontem em Ellis Island, Nova York, pelo presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, em homenagem às vítimas dos atentados de 11 de setembro:

"Boa noite. Um longo ano se passou desde que inimigos atacaram nosso país. Vimos as imagens tantas vezes que elas estão marcadas em nossas almas, e relembrar o horror, reviver a angústia, rever o terror é duro e doloroso.

Para aqueles que perderam entes queridos, tem sido um ano de tristeza, de lugares vazios, de crianças recém-nascidas que nunca saberão que seus pais estiveram no mundo. Para os membros das nossas Forças Armadas, tem sido um ano de sacrifício e trabalho longe de casa. Para todos os americanos, tem sido um ano de ajuste, de chegar à difícil conclusão de que nossa nação tem inimigos determinados e que nós não somos invulneráveis aos ataques deles.

Mesmo nos acontecimentos que nos desafiam, vemos também a firmeza moral que vai nos resgatar. Vemos a grandeza dos Estados Unidos nos passageiros que desafiaram os sequestradores e lançaram o avião ao chão para poupar a vida de outros. Vemos a grandeza dos Estados Unidos nos bombeiros que avançaram em degraus de escada em direção ao perigo, e nós continuamos a ver a grandeza dos Estados Unidos no carinho e compaixão que nossos cidadãos demonstram uns aos outros.

Reuters - 4.jun.2002
George W. Bush, presidente dos EUA


O 11 de setembro de 2001 sempre será um ponto fixo na vida dos Estados Unidos. A perda de tantas vidas nos faz pensar na nossa própria. Cada um de nós foi lembrado que estamos aqui por apenas uma vez. E estes dias contados devem ser preenchidos por coisas que durem e importem: amor as nossas famílias, amor aos nossos vizinhos e ao nosso país, gratidão à vida e ao doador da vida.

Decidimos há um ano atrás honrar cada pessoa que perdemos. Devemos a eles lembranças, e devemos mais. Devemos a eles e a seus filhos, e aos nossos, o mais duradouro monumento que possamos erguer, um mundo de liberdade e segurança, possibilitado pela maneira com a qual os Estados Unidos guiam e pela maneira com a qual os americanos guiam nossas vidas.

O ataque à nossa nação também foi um ataque aos ideais que fazem de nós uma nação. Nossa mais profunda convicção nacional é que cada vida é preciosa, porque cada vida é um presente do criador, que quer que vivamos em liberdade e igualdade.

Mais do que qualquer coisa, isto nos separa do inimigo que lutamos. Nós valorizamos a vida. Nossos inimigos não valorizam ninguém, nem mesmo os inocentes, nem mesmo eles próprios. E nós buscamos a liberdade e a oportunidade que dê sentido e valor à vida.

Há uma fronteira em nosso tempo, e em cada tempo, entre aqueles que acreditam que todos os homens são criados iguais e aqueles que acreditam que alguns homens, mulheres e crianças são descartáveis na busca pelo poder. Há uma fronteira em nosso tempo e em todo tempo entre os que defendem a liberdade humana e aqueles que buscam controlar as mentes e almas de outros.

Nossa geração ouve agora o chamado da história, e nós vamos responder. Os Estados Unidos ingressaram em uma grande batalha que testa nossa força, e ainda mais nossa determinação. Nossa nação é paciente e impávida. Nós continuaremos perseguindo os terroristas nas cidades, nos campos e nas cavernas ao redor do mundo.

Somos amparados por uma grande coalizão de nações para livrar o mundo do terror. E nós não vamos permitir que nenhum terrorista ou tirano ameace a civilização com armas de destruição em massa. Agora e no futuro, os americanos viverão como pessoas livres, não no medo e nunca à mercê de nenhum complô ou poder estrangeiro.

Esta nação derrotou tiranos e libertou campos de extermínio, ergue a chama da liberdade em cada território feito prisioneiro. Não temos a intenção de ignorar ou sujeitar-se ao último bando de fanáticos da história semeando a morte em seu caminho ao poder. Eles estão descobrindo, como outros antes deles, a determinação de um grande país e de uma grande democracia.

Nas ruínas das duas torres, sob uma bandeira estendida no Pentágono, nos funerais de muitos, fizemos uma promessa sagrada a nós mesmos e ao mundo: não descansaremos até que a justiça seja feita e nossa nação esteja segura. O que nossos inimigos começaram, nós vamos terminar.

Acredito que tem um motivo para que a história tenha confrontado esta nação com este tempo. Os Estados Unidos lutam para ser tolerantes e justos. Respeitamos a fé do Islã, mesmo quando combatemos aqueles cujas ações violem esta fé. Nós lutamos não para impor nossa vontade, mas para nos defendermos e estender as saudações da liberdade.

Não podemos saber de tudo o que está adiante. Mesmo que saibamos que Deus nos tenha colocado juntos neste momento para chorarmos juntos, permanecer juntos, servirmos uns aos outros e ao nosso país. E a tarefa que nos foi dada, defender os Estados Unidos e nossa liberdade, também é um privilégio que dividimos. Estamos preparados para este desafio. E nossa prece nesta noite é que Deus nos guarde e nos mantenha dignos.

Amanhã é 12 de setembro. Um marco se passou, e uma missão continua. Sejamos confiantes. Nosso país é forte. E nossa causa é ainda maior do que nosso país. Nossa causa é a causa da dignidade humana, liberdade guiada pela consciência e garantida pela paz.

Este ideal dos Estados Unidos é a esperança de toda humanidade. Esta esperança trouxe milhões a este porto. E a luz brilha na escuridão, e a escuridão não vai dominá-la. Que Deus abençoe os Estados Unidos."

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