Concurso de Miss Mundo chega ao Reino Unido sob novos protestos
da Reuters, em LondresFeministas enfurecidas pediram hoje o cancelamento do concurso de Miss Mundo e disseram que, se o evento continuasse, as participantes entrariam nas passarelas com "biquínis manchados de sangue".
Os organizadores resolveram transferir o concurso para o Reino Unido depois de terem desistido dos planos de realizá-lo na Nigéria, onde conflitos entre cristãos e muçulmanos detonados por uma polêmica em torno do Miss Mundo deixaram ao menos 175 mortos.
Também houve problemas para encontrar um local adequado para o evento, previsto para ocorrer no dia 7 de dezembro. O Royal Albert Hall e o Earls Court em Londres (capital), por exemplo, não possuem espaço em sua agenda nessa data.
A parlamentar Glenda Jackson, atriz vencedora do Oscar, liderou os protestos para que o concurso fosse cancelado: "A melhor coisa a se fazer depois de um tal fratricídio e de uma tal violência é cancelar toda a competição."
A feminista australiana Germaine Greer disse ser "horrível" a possibilidade de o Miss Mundo acontecer em Londres. A escritora Muriel Gray declarou: "Essas garotas estarão usando biquínis manchados de sangue".
Segundo a romancista Kathy Lette, o concurso era como "um carregamento de lixo nuclear recusado por todos".
O governo da Nigéria esperava usar o Miss Mundo para mostrar o país sob uma luz mais favorável e, assim, atrair turistas até ali.
Mas o tiro saiu pela culatra. Na semana passada, explodiram conflitos em Kaduna (norte do país e uma cidade de maioria muçulmana), depois de um jornal ter publicado que até Maomé se casaria com uma das candidatas se ainda estivesse vivo.
A Nigéria conquistou o direito de receber o concurso depois de a nigeriana Agbani Darego ter vencido o Miss Mundo 2001, tornando-se a primeira negra africana a conquistar o título.
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