Reuters
25/11/2002 - 16h30

Peça "A Ratoeira" completa 50 anos em cartaz em Londres

da Reuters, em Londres

A rainha Elizabeth e "A Ratoeira" estarão juntas na noite desta segunda-feira para uma comemoração dupla: ambas estão em cena há 50 anos no Reino Unido.

No ano de seu jubileu de ouro, a monarca britânica vai ao teatro para assistir ao mistério de Agatha Christie na noite em que a peça celebra seu 50º aniversário. Depois de 20.807 apresentações, é a peça que está há mais tempo em cartaz em todo o mundo.

"A Ratoeira" figura ao lado da Abadia de Westminster e do Palácio de Buckingham como uma das atrações turísticas mais visitadas do país e não dá sinais de que o interesse por ela vá se esgotar tão cedo.

O diretor oscarizado Richard Attenborough, que fez parte da produção original da peça, diz que "A Ratoeira" é praticamente "uma instituição londrina como os corvos da Torre de Londres".

Para a rainha, a peça oferece uma oportunidade de homenagear outro grande ícone britânico, depois que, na semana passada, ela assistiu à pré-estréia mundial do mais recente filme de James Bond, marcando o 40º aniversário do mais famoso agente secreto do mundo.

Uma porta-voz do Palácio de Buckingham disse que será a primeira vez que a rainha vê a peça. "Ela não sabe quem é o culpado na história", disse a porta-voz.

"A Ratoeira" foi escrito por Agatha Christie em 1947 como peça de rádio de 30 minutos para comemorar o 80º aniversário da rainha Mary.

A peça começou a ser encenada num palco londrino no mesmo ano em que Elizabeth subiu ao trono. Desde então, a peça e a rainha sobreviveram a muitos altos e baixos. A moda e as tendências mudaram, mas ambas continuaram em cena. A peça já foi vista por mais de 10 milhões de pessoas e encenada em 44 países.

"A Ratoeira" figura no Livro Guinness de Recordes Mundiais sob três verbetes diferentes. É a peça que está em cartaz há mais tempo no mundo; a que tem o ator que permaneceu por mais tempo no palco, David Raven, que fez o papel do major Metcalfe em 4.575 apresentações, e é a que tem a atriz substituta que passou mais tempo no "banco de reservas", Nancy Seabrooke, que atuou como substituinte por mais de 15 anos ao longo de 6.240 apresentações da peça.

Uma peça do cenário ainda permanece da produção original de 1952: o relógio na prateleira sobre a lareira. O revólver da produção original está no museu Victoria and Albert, em Londres.

Agatha Christie, uma das maiores escritoras de livros policiais do mundo, deu os direitos teatrais da peça a seu neto Mathew Prichard no nono aniversário do garoto.

A peça já rendeu a seus investidores originais 1.000 vezes o valor inicial investido, mas nem todos tiveram sorte igual.

Dois produtores britânicos compraram os direitos de "A Ratoeira" para o cinema, sob a condição de que não o filme não poderia ser feito até seis meses após o encerramento da peça no teatro. Ambos já morreram, enquanto "A Ratoeira" se mantém mais viva do que nunca.
 

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