Reuters
07/12/2002 - 19h59

Terrorismo barra desenvolvimento, diz premiê da Índia

da Reuters, em Ahmedabad (Índia)

O premiê indiano, Atal Behari Vajpayee, afirmou hoje que o terrorismo é a maior ameaça à caminhada do país em direção ao progresso. A declaração foi feita aos eleitores durante campanha política no Estado de Gujarat, no oeste do país.

A eleição estadual de 12 de dezembro é um teste para o Bharatiya Janata (BJP), partido nacionalista do premiê, cuja coalizão enfrentará as urnas na eleição geral de 2004.

"O terrorismo espalhou amplamente seus tentáculos... Precisamos ser vigilantes e deixar de lado nossas pequenas diferenças para levar a nação ao desenvolvimento", afirmou Vajpayee em um comício de seu partido na cidade industrial de Baroda.

Nos últimos 13 anos, o governo indiano luta para conter uma revolta sangrenta nos Estados de Jammu e Caxemira. A Índia acusa o Paquistão de fomentar a revolta na região, localizada no Himalaia. Islamabad nega.

Vajpayee usou seu peso político para apoiar o controverso governador do Estado, Narendra Modi, acusado pelos críticos de fazer vista grossa em relação aos episódios de violência religiosa registrados em fevereiro e março, os piores nos últimos dez anos no país.

Mais de 1.000 pessoas, a maioria muçulmanos, morreram no Estado de Gujarat, em uma ação de represália, depois que um grupo formado supostamente por muçulmanos ateou fogo em um trem no final de fevereiro, queimando vivos 59 hindus. Segundo grupos não governamentais, o número de mortos ultrapassou 2.500.

"Estou aqui para defendê-lo. Estou satisfeito com o governo do BJP em Gujarat. Nos cinco anos em que o BJP está no poder, Gujarat progrediu em todos os planos", disse Vajpayee.

Alguns analistas e opositores afirmam que a campanha política do BJP procurou explorar a tensão religiosa, concentrando-se no episódio do incêndio do trem.

O governo do Estado puniu o partido radical Vishwa Hindu Parishad (VHP), ligado ao BJP, por exibir um filme que mostrava hindus sendo queimados em um trem, por temor de que isso poderia reacender os conflitos religiosos antes das eleições.

Analistas afirmam que uma grande vitória no Estado de Gujarat poderia dar margem a que a coalizão do premiê Vajpayee convocasse eleições gerais antecipadamente, enquanto uma derrota poderia minar a autoridade do BJP sobre a coalizão governista.

Uma pesquisa publicada pela revista India Today prevê que o BJP poderia conquistar de 100 a 110 cadeiras no Parlamento, formado por 182 membros, abaixo da projeção de 120 a 130 apontada por pesquisa anterior da mesma revista, publicada em novembro.

A oposição poderia conquistar de 70 a 80 cadeiras contra as 45 a 55 apontadas pelo levantamento anterior.
 

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