Reuters
09/12/2002 - 18h59

"Femme Fatale", de Brian De Palma, estréia em janeiro no Brasil

da Reuters, em São Paulo

Depois de dez anos, o diretor norte-americano Brian De Palma volta a filmar um roteiro de sua autoria e retorna também a um gênero do qual é mestre: o thriller psicológico com altas doses de erotismo.

Em janeiro de 2003 estréia no Brasil seu novo trabalho, "Femme Fatale", recebido nos Estados Unidos com boas críticas.

Nada melhor do que essa volta às origens para De Palma afastar a má impressão causada por "Missão Marte" (2000), uma ficção científica que não fez justiça ao talento desse diretor nascido em New Jersey e que sempre encontra uma forma de homenagear Alfred Hitchcok em seus filmes.

Falando dos Estados Unidos em entrevista concedida por telefone, o diretor de "Dublê de Corpo" disse que se sente estimulado por outros lugares, pessoas e culturas.

"Ando pelas ruas, encontro pessoas, vejo lugares e isso me dá idéias. Leio livros e jornais sempre à procura de algo que abra portas", afirmou o diretor sobre sua estadia em Paris, lugar onde "Femme Fatale", com Antonio Banderas e Rebecca Romijn-Stamos, é ambientado.

O filme conta a história de uma jovem mulher (Rebecca Romijn-Stamos) que se faz passar por fotógrafa em Cannes para roubar um conjunto de jóias usadas por uma modelo. O plano dá certo e ela foge para Paris, deixando dois parceiros para trás.

Num avião para os Estados Unidos, ela conhece o embaixador norte-americano e acaba se casando. Anos depois, o casal volta para Paris e a verdadeira identidade da criminosa acaba exposta ao ser fotografada por um paparazzo (Antonio Bandeiras). Seus antigos parceiros a reconhecem e passam a persegui-la.

Sobre a produção do longa, De Palma disse que foi uma obra do acaso. "Logo que cheguei a Paris tive a idéia, a escrevi e logo consegui produtores para fazer o filme. Tudo aconteceu naturalmente", explicou o diretor.

Nada mais apropriado para dar o clima sensual do filme do que a escolha da bela atriz Rebecca Romijn-Stamos. O diretor contou que queria reinventar o estereótipo da mulher fatal em tempos modernos através da personagem Laure.

"Ela faz coisas que Barbara Stanwick nunca faria. Ela é sexy, esperta e carrega todo o filme. As heroínas do passado estavam mais restritas às convenções. Laure pode ir mais longe."

De Palma diz que é mais ousado que seus colegas americanos ao filmar cenas sensuais porque é mestre no ofício.

"Eles simplesmente não sabem como filmá-la. A sensualidade é difícil de filmar. Você tem de pensar como mostrá-la, pensar como as pessoas vão olhar para ela."

O diretor diz que conhece o trabalho de colegas brasileiros, como Bruno Barreto e Walter Salles, mas lamenta haver pouco espaço para filmes estrangeiros nos Estados Unidos.

"As pessoas lá simplesmente não gostam de ler legendas. É uma pena."
 

FolhaShop

Digite produto
ou marca