Reuters
27/12/2002 - 10h20

Fotógrafo Herb Ritts morre em Los Angeles

da Reuters, em Los Angeles

O fotógrafo Herb Ritts, cuja câmera sóbria flagrou desde a espiritualidade do Dalai Lama até os joelhos da corredora Jackie Joyner-Kersee, morreu ontem aos 50 anos, em Los Angeles, vítima de uma pneumonia. Ele estava internado havia alguns dias.

Seu assessor de imprensa, Stephen Huvane, disse que dez dias antes de morrer Ritts fotografou o ator Ben Affleck para uma capa da "Vanity Fair" e estava dirigindo videoclipes. O fotógrafo, que vivia em Los Angeles, deixa a mãe, três irmãos e o companheiro, Erik Hyman.

Em quase três décadas de carreira, Ritts fotografou os maiores ícones da moda e da música. No começo, as fotos dos amigos da indústria cinematográfica eram apenas um hobby, paralelo ao trabalho na loja de móveis da família.

Em 1978, uma dessas fotos, dos atores Jon Voight e Ricky Schroeder, foi parar na revista "Newsweek". Dois anos depois, Ritts iniciava seu trabalho como fotógrafo comercial, retratando o então jovem Richard Gere num posto de gasolina no meio do deserto.

Nos anos que se seguiram, Ritts criou um estilo pessoal e se interessou por outros temas, da nudez das mulheres masai, da África, a retratos da cantora Madonna com as orelhas do Mickey.

Sua linguagem contida e quase narrativa tornou-se comum nas páginas da "Vogue", da "Vanity Fair" e da "Rolling Stone". Ele era conhecido por reduzir as celebridades a seus elementos essenciais -as poderosas pernas e o tronco de Jackie Joyner, os olhos e o anel de diamantes de Elizabeth Taylor, por exemplo.

Como diretor de videoclipes, nos últimos anos, recebeu prêmios da MTV por seu trabalho com Chris Isaac e Janet Jackson.

Na última década, Ritts mereceu exposições em Los Angeles, Nova York e em grandes cidades européias. Os curadores do Museu de Belas-Artes de Boston descreveram-no como "um construtor de imagens do nosso tempo, que traduziu os sonhos e desejos de nossa cultura em fotos memoráveis".

O trabalho do fotógrafo está reunido em seis livros, que mostram estudos sobre os dois gêneros, casais gays, celebridades, povos africanos e paisagens. "Gosto de transitar da moda para os retratos, para as belas-artes, para o nu e até para as imagens em movimento, e gosto de misturar tudo e trazer de volta o que aprendi", disse ele.

"Para mim, é importante ter uma imagem que seja antes de tudo uma fotografia, não necessariamente a respeito de quem aquela pessoa é."
 

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