Reuters
08/01/2003 - 11h41

Entra em vigor lei que restringe asilo no Reino Unido

da Reuters, em Londres

Entrou em vigor hoje a nova lei de asilo e imigração no Reino Unido, criada para impedir abusos e mudar a imagem de que o país é um paraíso para os refugiados.

Especialistas dizem que há até 1 milhão de imigrantes ilegais em território britânico. Em 2001, cerca de 72 mil pessoas, a maioria afegãos e iraquianos, solicitaram asilo.

A partir de agora, os candidatos a asilo não terão direito a assistência, a não ser que consigam explicar como entraram no país e por que não fizeram o pedido no momento do desembarque.

Eles também terão de provar que têm direito a benefícios sociais, assim como acontece com os cidadãos britânicos. Poucos candidatos que tiverem o status de refugiado negado receberão autorização para permanecer no país.



"Essas novas medidas são parte de uma reforma fundamental no nosso sistema de asilo e imigração", disse a ministra Beverley Hughes. "É razoável esperar que pessoas desesperadas, fugindo para salvar a vida, peçam asilo assim que for possível. Estamos determinados a conter abusos, e essas medidas são um sinal claro para o mundo de que nosso sistema de asilo deve ser usado para os propósitos adequados."

Grupos de apoio a refugiados consideraram as novas medidas draconianas e prometeram combatê-las. "Em vez liderar a melhora na proteção e nas condições humanas para candidatos a asilo e refugiados em toda a Europa, o governo britânico está piorando a situação", disse um comunicado do Conselho dos Refugiados, principal entidade do gênero no país.

A organização criticou as "importantes entidades de caridade" que se mobilizaram pelas novas leis, as quais, segundo o grupo, "levaram os candidatos a asilo a viver com fome e sem teto".

A imigração é uma das questões que mais atraem a atenção da opinião pública britânica, preocupada com o que muitos consideram uma avalanche de estrangeiros no país. Também a França criticava as antigas leis liberais do Reino Unido, por considerar que elas atraíam muitos refugiados que acabavam tendo de cruzar o território francês.

 

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