Reuters
13/02/2003 - 17h59

"Navio Fantasma" traz cenas arrepiantes e furos cômicos

da Reuters, em Hollywood

Um grupo de passageiros a bordo do navio de luxo italiano Antonia Graza, em 1962, é cortado ao meio por um cabo afiadíssimo que atravessa o salão de dança, na abertura do filme de terror "Navio Fantasma", que estréia amanhã no Brasil.

A reação lenta das vítimas quando vêem metade de seus corpos ou cabeças caindo para um lado é, com certeza, uma das cenas mais sangrentas vistas num filme de Hollywood nos últimos anos.

A ação se desloca para o presente. No mar ao largo do Alasca, aparece o barco de resgate Arctic Warrior, comandado por Murphy (Gabriel Byrne).

Na sua tripulação estão Epps (Julianna Margulies), que é praticamente uma segunda capitã, o imediato Gregg (Isaiah Washington), o técnico do motor Santos (Alex Dimitriades) e os técnicos despreocupados Dodge (Ron Eldard) e Munder (Karl Urban).

Chegando ao porto, o piloto local Ferriman (Desmond Harrington) mostra à tripulação a foto de um grande navio à deriva no mar de Bering. Interessado nas perspectivas financeiras, Murphy aceita resgatar o navio, mas leva o piloto junto, contrariando seus próprios instintos.

Quando chegam ao navio abandonado, cujo interior enferrujado ainda mostra sinais de grandiosidade apodrecida, Epps é a primeira a ver um fantasma: uma menina pequena que já tinha sido vista no prelúdio.

Depois de encontrar corpos na água e caixas repletas de ouro, Epps se convence de que eles devem apenas recuperar o ouro e deixar o navio onde está.

Mas, depois que uma explosão mata Santos e afunda o Arctic Warrior, os sobreviventes se vêem presos a bordo do navio abandonado, onde cada um deles passa a ter contatos estreitos de primeiro grau com fantasmas que falam, desencadeando a morte sangrenta de um tripulante após outro.

Numa sequência inexplicável, mas que convence por alguns minutos, a garotinha fantasmagórica "mostra" a Epps o massacre que aconteceu no navio e, com isso, provoca o último gesto de heroísmo da moça.

O filme deixa muitos furos evidentes demais -por exemplo, como Epps consegue boiar no gelado mar de Bering sem morrer congelada -que, se forem analisados de perto, podem acabar transformando o terror em comédia.

Julianna Margulies consegue sobreviver tanto ao navio fantasma quanto ao próprio filme, oferecendo uma performance física obviamente inspirada na escola Sigourney Weaver de mulheres aventureiras e duronas.

Os homens parecem estar deslocados em seus papéis. Emily Browning, no papel da garotinha fantasma, pelo menos tem os olhos profundos necessários e o olhar de uma alma imortal.
 

FolhaShop

Digite produto
ou marca