Após prêmio em Berlim, "Amarelo Manga" quer passar no Recife
da Reuters, em RecifeO filme "Amarelo Manga", premiado no Festival de Berlim no último final de semana, pretende seguir sua carreira no Brasil concorrendo com seus compatriotas e fazer uma estréia em Recife no Teatro do Parque, uma sala de cinema caracterizada por oferecer preços populares.
O longa-metragem do cineasta pernambucano Cláudio Assis, ganhador do prêmio de melhor filme da Confederação Internacional dos Cinemas de Arte e Ensaio, em Berlim, deve participar do Festival de Cinema do Recife, que acontece em abril.
"Depois de retornar da Europa, Assis pretende disputar em Recife", informou uma assessora do diretor, descartando a possibilidade de uma exibição hors-concours no evento da capital pernambucana.
"Só se for para o filme concorrer", ela disse.
Segundo a assessora, o cineasta gostaria de ver sua película -ainda inédita no Recife- apresentada no Teatro do Parque, uma sala de espetáculos no centro da cidade caracterizada por oferecer uma programação a preços mais acessíveis. O longa tem um acordo de distribuição no país com a RioFilme.
"Amarelo Manga" não participou da competição da mostra oficial de Berlim e foi exibido no Fórum Internacional do Novo Cinema da Berlinale.
No Brasil, o filme conquistou os Candangos de melhor filme, melhor montagem (Paulo Sacramento), melhor ator (Chico Dias) e prêmio da crítica no último Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, no ano passado.
Na ocasião, em Brasília, Assis disse que o cinema brasileiro deve ser feito "com a cara da gente". Com esta proposta, o pernambucano de 43 anos e nascido em Caruaru (agreste do Estado) optou por filmar em "Amarelo Manga" a realidade cotidiana de uma metrópole, buscando o retrato de um nordeste sem glamour.
A história transcorre num único dia e se ambienta no submundo do Recife, com alternância de imagens documentais da cidade e o cotidiano de personagens atormentados que habitam o Texas Hotel.
Dunga (Matheus Nachtergaele) é uma espécie de faz-tudo do hotel, onde moram o ex-policial esquisito Isaac (Jonas Bloch) e Wellington (Chico Dias), que é funcionário de um matadouro de bois casado com a crente Kika (Dira Paes). A dona do bar é Lígia (Leona Cavalli), que atura conversas e cantadas de clientes.
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