Reuters
16/03/2003 - 10h52

Cineasta iraniana retrata a essência de seu país em novo filme

da Reuters, em Los Angeles

Rakhshan Bani-Etemad, 48, teve que esperar 17 anos e reescrever seu trabalho três vezes para conseguir que seu filme mais bem sucedido passassem pela censura de seus país, o Irã.

"Talvez seja uma especialização minha - encontrar a linguagem que me permite encontrar o caminho estreito que passa por meio das cercas da censura", disse a cineasta em entrevista em Los Angeles.

"Devo ter ficado mais esperta com a experiência. A primeira vez que escrevi o roteiro de 'Sob a pele da cidade', eu estava grávida de minha filha, Baran. O filme levou tanto tempo para ser feito que ela cresceu, estudou teatro e, aos 17 anos, atua no filme", disse a diretora.

"Sob a pele da cidade" - um drama familiar que mostra as restrições culturais e políticas da sociedade urbana no Irã - não apenas conquistou o público de diversos festivais internacionais de cinema no último ano como também quebrou recordes de bilheteria no próprio Irã.

O filme será lançado comercialmente nos EUA neste mês. É o primeiro dos nove longas e nove documentários feitos por Bani-Etemad a ser tão amplamente aclamado.

Nascida e criada em Teerã, onde iniciou sua carreira profissional na televisão, Bani-Etemad atribui o sucesso de ''Sob a pele da cidade'' em seu país ao retrato franco, mas discreto que o filme pinta dos problemas sociais e econômicos decorrentes de mais de 20 anos de governo islâmico.

O filme gira em torno de uma mãe iraniana de classe média, com quatro filhos, e seus esforços para manter sua família unida mesmo diante de graves dificuldades, mas tendo como pano de fundo as eleições parlamentares de 1998, que trouxeram esperanças de reforma.

Como todos os trabalhos de Bani-Etemad, "Sob a pele da cidade" também desafia os tabus que cercam o amor, o sexo e o lugar das mulheres na república islâmica.
 

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