Lula tem a credibilidade que falta a outros líderes, diz FMI
da Reuters, em WashingtonOs dirigentes de organismos multilaterais de crédito elogiaram nesta quinta-feira o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas não deixaram de insistir que o Brasil deve manter o equilíbrio fiscal.
Lula está tentando obter o equilíbrio entre aumentar seu gasto social e aprovar as reformas previdenciária e tributária, em um Congresso em que seu partido não conta com a maioria.
Horst Koehler, diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), disse em entrevista coletiva estar ''profundamente impressionado com a liderança demonstrada por Lula nos primeiros 100 dias de seu governo''.
''Acredito que ele tem a credibilidade que falta um pouco em outros líderes'', disse ele, poucos dias antes das reuniões de primavera do Banco Mundial (Bird) e do FMI, que contarão com a presença de autoridades brasileiras como o ministro da Fazenda, Antônio Palocci.
Koehler acrescentou que a meta de combinar crescimento com igualdade social é ''a agenda correta, a direção correta, o objetivo correto para o Brasil''.
O presidente do Banco Mundial, James Wolfensohn, lembrou que esteve no Brasil há poucas semanas e ficou ''muito impressionado'' com o que viu.
O Brasil ''tem todas as possibilidades de conseguir êxito'', afirmou ele.
Mas tanto Koehler como Wolfensohn pediram que o governo brasileiro mantenha a cautela fiscal.
Questionado sobre se o FMI aceitaria deixar os gastos sociais fora do cálculo do déficit fiscal, Koehler disse que há como evitar a tentação de recorrer a ''truques''. ''Meu conselho é que não se deve utilizar truques para contornar as obrigações ou metas fiscais.''
O Brasil recentemente elevou a meta de superávit primário de 3,75% para 4,25% em 2003, para garantir o cumprimento com as obrigações de sua dívida pública.
Wolfensohn disse que ''o governo (brasileiro) reconheceu que com responsabilidade fiscal pode ter um maior acesso aos mercados e baixar o custo da dívida''.
