Vocalista do Iron Maiden é piloto de vôos comerciais
da Reuters, em Nova YorkPor que um roqueiro bem de vida como Bruce Dickinson, do Iron Maiden, banda que 20 anos após sua estréia ainda lota estádios, arranjaria um emprego? Talvez porque esse emprego seja para ele tão apaixonante quanto fazer música.
Quando não está em turnê ou no estúdio gravando com o Iron, Dickinson passa boa parte de seu tempo pilotando Boeings 737 de 150 lugares para a Astraeus Airlines, de Londres.
Oficial de primeiro escalão da Astraeus e piloto há 11 anos, Dickinson completou cerca de 700 horas de vôo para a companhia no ano passado, fazendo regularmente a rota entre Londres e lugares como Egito e Islândia.
Durante turnês recentes da banda ele mesmo pilotou o Cessna 421 Golden Eagle que levava a banda aos shows.
Seu primeiro emprego sério nessa área foi com a British World (empresa que faliu após o 11 de setembro de 2001). Para ele, descobrir o amor pela pilotagem foi como descobrir o amor por uma mulher. Quando está voando, sua mulher costuma dizer "ele está dormindo com aquela biscate de lata novamente", afirma Dickinson, rindo.
Ser piloto comercial era um dos sonhos de infância do astro do heavy metal. Quando criança, Dickinson costumava ir a shows aéreos feitos por um parente que havia servido como eletricista dos bombardeiros da Segunda Guerra Mundial. E um tio seu serviu na Força Aérea Real da Inglaterra.
"Eu pensava em entrar para a academia de pilotos. Mas achava que nunca me deixariam voar por ser péssimo em matemática e física", diz Dickinson. Mas ele começou a mudar de idéia na década de 80, quando o baterista do Iron Maiden, Nicko McBrain, tirou seu brevê de pilotagem. E, em 1992, começou a ter aulas de pilotagem.
"Em 1993, eu deixei o Iron Maiden por seis anos para embarcar numa carreira solo. Então percebi que, se essa carreira não desse certo, eu estaria desempregado", diz. "Decidi fazer os exames para me tornar piloto na Europa".
Apesar da banda continuar fazendo muito sucesso -seu novo álbum, "Dance of Death", será lançado dia 9 de setembro- o cantor acredita que, eventualmente, ficará somente com a profissão de piloto.
"Quando o Iron Maiden terminar -o que vai acontecer um dia- eu vou ter algo para fazer até os 65 anos", brinca.
