Reuters
02/08/2001 - 14h02

Saiba como aconteceu o massacre de Srebrenica

da Reuters, em Londres


1993

Maio - O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) declara as cidades bósnias de Sarajevo, Gorazde, Bihac, Tuzla, Srebrenica e Zepa "áreas seguras", esperando assim protegê-las das tropas sérvias.

O conselho evita usar os termos "safe havens" (locais seguros) para descrever as cidades. A designação, segundo analistas, significaria um comprometimento claro da ONU na proteção das cidades, comprometimento esse que o órgão não parecia disposto a assumir na Bósnia.


1995

Julho - Forças servo-bósnias intensificam o cerco a Srebrenica, uma pequena cidade do leste da Bósnia em que se refugiaram dezenas de milhares de refugiados muçulmanos. Um pequeno contingente de tropas da ONU, composto por holandeses, encontra-se na cidade.

Os sérvios passam por cima dos postos de observação da ONU e fazem dezenas de soldados holandeses reféns. Um soldado da ONU é morto por disparos dados por muçulmanos.

Posições holandesas são bombardeadas pelos sérvios. O comandante holandês em Srebrenica, Tom Karremans, faz o primeiro de vários pedidos por apoio aéreo ao general Bernard Janvier, comandante das forças da ONU na Bósnia.

Sem sinal de uma retirada sérvia dos limites da "área de segurança", aviões da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte, aliança militar ocidental liderada pelos Estados Unidos) levantam vôo e preparam-se para atacar. Janvier, porém, adia mais uma vez a operação. Depois de repetidos cancelamentos, caças holandeses jogam duas bombas, mas o ataque é suspenso depois de os sérvios ameaçarem matar os reféns holandeses.

O comandante servo-bósnio Ratko Mladic lidera suas forças na invasão de Srebrenica.

Milhares de mulheres e crianças muçulmanas são enviadas para o território dominado pelos muçulmanos em ônibus sérvios, mas muitos homens são feitos prisioneiros. Milhares de muçulmanos tentam fugir da cidade cruzando o território controlado pelos sérvios.

As forças holandesas entregam aos sérvios milhares de muçulmanos aterrorizados que haviam se refugiado na base militar holandesa de Srebrenica. Os sérvios começam a libertar os reféns holandeses. No dia seguinte, as forças da ONU seriam autorizadas a deixar a área.

A partir do dia 13, as forças sérvias matam sistematicamente os prisioneiros muçulmanos do sexo masculino. A maior parte das vítimas é assassinada a tiros. Mais de 7.000 pessoas desapareceram durante os massacres.

 

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