Reuters
10/08/2001 - 20h56

Diretor de "Moulin Rouge" diz que sucesso significa liberdade

da Reuters, no Rio de Janeiro

O diretor australiano Baz Luhrmann, que está de passagem pelo Brasil para divulgar seu novo filme, "Moulin Rouge - Amor em Vermelho", acredita que o sucesso dessa produção significa maior liberdade de trabalho nos Estados Unidos.

"Meus filmes pagaram suas contas, o que significa que continuarei a ter a liberdade criativa que tenho e da qual poucos diretores podem se gabar, mesmo em Hollywood", afirmou o diretor na sexta-feira.

O próprio Baz Luhrmann recorda que apenas Steven Spielberg e James Cameron, diretor do megasucesso "Titanic", lhe fazem companhia no pódio de cineastas que podem escolher o trabalho que farão em seguida.

"Moulin Rouge - Amor em Vermelho", com Nicole Kidman e Ewan McGregor, estreará no Brasil no dia 24 de agosto e teve sua pré-estréia mundial na abertura do Festival de Cannes, em maio passado.

Desde seu lançamento nos Estados Unidos já faturou US$ 75 milhões, antes mesmo de estrear comercialmente na Europa. O filme custou US$ 50 milhões.

A escolha do cabaré francês do Moulin Rouge como centro de sua história tem muito a ver com a cultura pop do século 20. Para ele, o cabaré onde reinaram o pintor Toulouse Lautrec e o músico Erik Satie no começo do século passado era o lugar para onde convergiam os ícones culturais da época.

O filme começa na Paris de 1900. Mas as músicas que se ouvirão serão da década de 60 para cá, como canções de Madonna (Like a Virgin, Material Girl), Elton John (Your Song), Kurt Cobain (Smells Like Teen Spirit) e The Beatles (All You Need is Love), entre outras.

Para o cineasta, usar música de outras épocas fora de seu contexto original não tem nada demais e nem é novo. "O público tem de ter uma relação com as músicas antes de ir ao cinema. Esta é uma das regras do musical'', ensina o diretor, cujos três filmes são, justamente, musicais (antes ele dirigiu "Vem Dançar Comigo" e "Romeu & Julieta de William Shakespeare").

Luhrmann acredita que o tipo de cinema que faz depende muito do envolvimento emocional de sua platéia. "Um musical, no fundo, é como um jogo de futebol. Você tem de saber as regras, aí você entra no jogo. E mesmo assim a experiência de cada espectador é muito individual", define.
 

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