Reuters
14/08/2001 - 13h03

Uganda vai proibir uso de cremes clareadores de pele

da Reuters, em Campala (Uganda)

O governo de Uganda está tentando seguir o mesmo exemplo do Quênia proibindo dezenas de cremes e sabonetes populares usados pelas mulheres africanas para clarear a pele, devido aos efeitos prejudiciais à saúde, informaram especialistas hoje.

Em maio, o governo do Quênia proibiu a venda de mais de 80 produtos que continham compostos como hidroquinona, mercúrio e corticosteróides, para evitar problemas de saúde nos consumidores.

As autoridades de Uganda informaram que estão adotando uma medida similar, e ainda pretendem desenvolver uma campanha nacional para conscientizar a população sobre os perigos desses cosméticos.

"Nós também estamos tomando medidas para que eles sejam proibidos em Uganda", disse Eve Kasirye-Alemu, diretor do Departamento Ugandense de Padrões. "Nós estamos preparando um estatuto para forçar a proibição."

Milhões de mulheres africanas usam cremes e sabonetes para tentar clarear a cor da pele, acreditando que isso as tornará mais bonitas.

No entanto, cada vez mais mulheres estão descobrindo os problemas que os cremes causam, como queimaduras na pele, alta sensibilidade à luz do sol, manchas mais escuras, coceira e bolhas.

Dermatologistas afirmaram que o uso prolongado de produtos com hidroquinona e mercúrio podem destruir a camada de proteção da pele. Problemas ligados aos nervos, falência de órgãos ou câncer de pele também podem ser decorrentes do uso dos produtos.

Produtos de fabricação caseira podem ser ainda mais perigosos. Uma receita popular na Tanzânia, chamada de "mkorogo", que usava gema de ovo, abacate, gotas de detergente, alvejante e sabão de coco misturados com mercúrio, causou erupções no rosto de uma mulher depois de um ano de contínuas aplicações.

De acordo com os especialista, somente a proibição não é necessária. Os produtos ainda podem ser encontrados em supermercados no centro de Nairóbi, capital queniana, depois de três meses da proibição, e os cosméticos continuam à venda na Tanzânia apesar do veto desde 1996.
 

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