Reuters
11/10/2001 - 10h40

Programa mundial contra cegueira infantil é lançado no Brasil

da Reuters, em São Paulo

A cada minuto, uma criança fica cega em algum lugar do planeta. Para reverter esse quadro, foi lançado no Dia Mundial da Visão o maior programa de prevenção da cegueira infantil, que pretende criar centros de excelência oftalmológica em 25 países, incluindo o Brasil.

O programa, uma iniciativa da Associação Internacional de Lions Clubes e OMS (Organização Mundial de Saúde), vai receber um investimento de US$ 3,75 milhões para apoiar esforços de prevenção da cegueira infantil no mundo.


"Esta é uma oportunidade para identificar as condições que levam à cegueira infantil e que podem ser prevenidas ou tratadas. E isso pode fazer uma grande diferença na vida das crianças", disse o presidente da associação Internacional de Lions Clubes, J. Frank Moore 3º.

No mundo, existe 1,5 milhão de crianças cegas e ocorrem 500 mil novos casos de cegueira infantil anualmente, segundo estimativas da OMS. A organização vai fornecer aconselhamento técnico ao programa de combate à cegueira em crianças.

"Nosso objetivo é reduzir este número dramaticamente nos próximos 15 a 20 anos", disse Serge Resnokoff, consultor de oftalmologia da OMS.

Para isso, a iniciativa deve treinar 6 mil profissionais de saúde até 2005 para atuarem no diagnóstico e tratamento de problemas de visão recuperáveis e promoverem a saúde ocular.

Além disso, o programa pretende criar uma rede de centros de excelência oftalmológica em 25 países, dotados equipamentos capazes de diagnosticar problemas de visão que podem levar à cegueira em crianças.

Equipamentos

A iniciativa já vem produzindo frutos. Dez equipamentos MTI-PC100, que permitem o diagnóstico precoce de alterações visuais em crianças a partir de 6 meses de idade, foram doados a instituições brasileiras.

"O aparelho, semelhante a uma câmara fotográfica instantânea, é capaz de fotografar precisamente os olhos e detectar se a criança tem estrabismo, alteração de grau, diferença de grau de um olho para o outro, pálpebra caída e catarata", afirmou o oftalmologista Michel Farah, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

"Essas são as alterações mais comuns na infância relacionadas à cegueira e estima-se que 5 por cento das crianças apresentem esses problemas", disse.

Farah destacou a importância de se detectar essas condições precocemente, em idade pré-escolar. "Quando a alteração é identificada cedo, há mais condições de tratamento adequado", afirma ele.

Os novos aparelhos já estão sendo utilizados nos eventos de comemoração do Dia Mundial da Visão, que são realizados pela primeira vez no Brasil.

Os equipamentos estão sendo usados em exames gratuitos de diagnóstico em 4 mil crianças de 3 a 6 anos das redes municipais de ensino de São Paulo e São José dos Campos.
 

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