Iraque diz estar pronto para enfrentar qualquer ataque dos EUA
da Reuters, em BagdáO vice-presidente do Iraque, Taha Yassin Ramadan, disse hoje que seu país está pronto para se defender de qualquer ataque militar dos Estados Unidos e reiterou que Bagdá não tem armas de destruição em massa ou ligação com Osama bin Laden.
"Nós sempre esperamos maldade e agressão da administração americana. Nossas preparações [para enfrentar qualquer ataque dos EUA] estão sempre em andamento", disse Ramadan, em entrevista ao vivo de Bagdá transmitida pela estação de TV por satélite Al-Jazeera, com sede no Qatar.
A possibilidade de um novo ataque dos EUA contra o Iraque fez com que países europeus e o Irã demonstrassem publicamente sua oposição à ofensiva. "Creio que todo o mundo islâmico se opõe firmemente [aos ataques]", disse Mohamed Ali Abtahi, vice-presidente do Irã. Já o ministro das Relações Exteriores alemão, Joschka Fischer, disse que a União Européia deixara bem claro para os americanos suas reservas contra essa possibilidade [de um ataque contra o Iraque].
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, exigiu anteontem que Bagdá permita a volta de inspetores de armas ao Iraque, afirmando que a guerra global contra o terrorismo também visa àqueles que fabricam armas de destruição em massa.
Referindo-se às patrulhas norte-americanas e britânicas nas zonas de exclusão aérea sobre o Iraque, Ramadan disse que os EUA estavam em "um constante estado de agressão" contra o seu país.
Ele afirmou que Bagdá não permitirá a entrada de inspetores ao Iraque antes que a ONU (Organização das Nações Unidas) suspenda as sanções impostas ao país desde 1990, após a Guerra do Golfo.
Durante a entrevista, Ramadan também negou qualquer relação com a milícia Taleban: "Nós não temos nenhum laço com Bin Laden ou o Taleban".
ONU
O vice-presidente iraquiano também afirmou que seu país aceitaria a renovação do acordo com a ONU de comida por petróleo, sem nenhuma modificação.
"O que está na mesa de negociações agora no Conselho de Segurança é uma renovação técnica para o memorando de entendimento, e nós no Iraque definitivamente rejeitamos qualquer coisa fora da renovação técnica ou adição ou complicação", disse Ramadan.
A declaração ocorre no momento em que os membros do Conselho de Segurança da ONU debatem um compromisso entre Rússia e EUA que adia planos de modificação das sanções da ONU, mas promete uma revisão no programa em seis meses. O programa vence nesta sexta-feira.
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