Reuters
26/04/2001 - 16h51

Aniversário de acidente de Tchernobyl é lembrado com denúncias

da Reuters, em Babchin (Belarus)

Líderes de ex-repúblicas soviéticas atingidas pelo desastre de Tchernobil marcaram hoje o 15º aniversário do maior acidente nuclear do mundo irritados com a falha do Ocidente em ajudar a região e pedidos de investimentos.

Ucrânia e Belarus acusaram os países ocidentais de não terem cumprido promessas de fundos para limpar a contaminação que devastou grande parte de seus países.

Foi a primeira cerimônia de aniversário da explosão desde que o último reator na usina da Ucrânia foi desligado, em dezembro, por pressões ocidentais.

O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, também ofereceu planos de redução fiscal para investimentos em áreas afetadas.

"Aqueles que investirem nestas áreas colherão grandes benefícios, assim como os que têm em áreas de economia livre. Acredito que os investidores virão", disse Lukashenko.

Ele acusou o Ocidente de ter abandonado Belarus, na fronteira norte da Ucrânia, que teve um quinto de seu território afetado.

"Os capitalistas e a liderança desses estados são gordos, ricos e não se importam. Eles não se importam sobre como vive o povo de Belarus", disse.

Em Minsk, capital de Belarus, cerca de 3,000 manifestantes de oposição fizeram sua tradicional marcha de aniversário. Alguns usaram máscaras de gás e pediram a saída de Lukashenko, acusado no Ocidente de limitar os direitos humanos. Ele pode ser reeleito neste ano.

Na Rússia, também afetada pelo desastre, o dia foi marcado com uma cerimônia em um cemitério fora de Moscou onde estão enterradas as vítimas de Tchernobil.

A explosão de 26 de abril de 1986 destruiu o quarto reator da usina e espalhou radioatividade por quase toda a Europa. A explosão produziu níveis de radiação centenas de vezes maiores do que os produzidos pela bomba atômica lançada pelos Estados Unidos sobre Hiroshima, em 1945.

Centenas de milhares de pessoas foram transferidas, mas muitas ainda vivem em áreas afetadas. Dezenas de milhares continuam sofrendo de doenças relacionadas à radioatividade.
 

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