Reuters
08/12/2001 - 11h53

Japoneses vêem nova princesa pela primeira vez

da Reuters, em Tóquio (Japão)

Um público encantando pôde ver hoje, pela primeira vez, a mais jovem princesa do Japão, quando o bebê, de oito dias, e sua orgulhosa mãe, a princesa Masako, deixaram o hospital em direção à residência real.

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Princesa Masako e sua filha

Masako, carregando sua filha nos braços ao lado de um sorridente príncipe Naruhito, apareceu para as câmeras de televisão na entrada do hospital, de onde se despediu dos médicos e enfermeiros.

Apesar do grande alvoroço provocado pela imprensa, a nova princesa, Aiko, dormia calmamente nos braços de sua mãe, coberta com uma manta branca.

O casal real saiu do hospital, que fica dentro dos domínios do palácio real, no centro de Tóquio, em direção a seu próprio palácio, que fica a 15 minutos dali.

Aiko descansava no banco de trás numa cadeirinha para criança entre seus pais, que seguiram para casa numa limusine.

Masako e Naruhito abriram as janelas do carro para sorrir e acenar para as milhares de pessoas que, felizes e mais esperançosas no meio de uma fase de recessão, acompanhavam com bandeirinhas do Japão o trajeto do comboio real.

"Estou feliz por eles finalmente terem uma criança. É ótimo ter um fato desse num momento de notícias tão ruins", disse o arquiteto Tsuneaki Shiroki, que estava entre a multidão que participou do desfile da futura herdeira.

A princesa Masako, que completa 38 anos amanhã, deu à luz a princesa Aiko no último final de semana, após oito anos de casamento com o príncipe Naruhito, 41.

"O bebê é muito fofinho. E a princesa também parecia estar muito bem", afirmou a dona-de-casa Hiromi Kabaya, 37.

A maioria das mulheres japonesas permanece no hospital por pelo menos uma semana após o parto e, segundo a imprensa japonesa, havia um forte desejo do casal real em voltar hoje para casa para poder celebrar o aniversário da princesa Masako com a mais nova integrante da família real.

O bebê real, que pode se transformar na primeira mulher a assumir o trono do Japão, caso as leis do país que permitem apenas aos homens participarem da linha sucessória do império seja revista, foi batizada ontem como Aiko pelo imperador, de acordo com as tradições centenárias do país.

Masako e Naruhito, segundo assessores, fizeram, na verdade, uma escolha entre uma seleção de nomes sugeridos pelos conselheiros do império.

Aiko significa "pessoa que ama o próximo". Ela também carrega um segundo nome, Toshinomiya, ou princesa Toshi, "aquele que respeita o próximo". Esse nome formal cairá quando a jovem princesa se casar.

O nascimento de Aiko não só trouxe alegria para a mais antiga família real do mundo, mas também intensificou o debate para a mudança das leis sobre a sucessão imperial no Japão.

O país foi governado por oito rainhas no passado, no final do século 18, mas historiadores afirmam que a maior parte delas ficou no trono enquanto os homens herdeiros do trono ainda não tinham a idade para serem coroados. E os conservadores acham uma heresia um império dirigido por mulheres.

Nenhum garoto nasceu na família real desde o nascimento do irmão do príncipe Naruhito, Akishino, 36. Recentes pesquisas de opinião pública apontam para uma grande maioria, 71%, que não vê razões que impeçam uma mulher de herdar o trono real.
 

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