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80% não fixam marca



Não deixa de ser irônico que o setor mais saliente da chamada nova economia seja aquele com pior desempenho na pesquisa Top of Mind. Pelo menos 80% dos brasileiros com 16 anos ou mais não se lembram de nenhuma marca de computador. E o que é pior, dos 20% que mencionam alguma marca, pelo menos um terço "erram" ao se referir ao produto.

De todas as marcas citadas espontaneamente pelos entrevistados, a que aparece com mais frequência (3%) é a Pentium, que não é de computador, mas de um microprocessador produzido pela Intel e que está dentro de grande parte dos PCs.

Em segundo lugar, com 2% de lembranças junto com Compaq e IBM, aparecem duas marcas que também se tornaram famosas como apêndices do computador: Samsung e LG, fabricantes de monitores. A Samsung produz computadores, mas não no Brasil.

A falta de lembrança de marcas de computador reflete a realidade do mercado brasileiro do produto, dominado em grande parte pelas máquinas "frankenstein" -computadores sem marca, montados sob encomenda por técnicos especializados e a preços mais baratos do que os originais. Isso é, provavelmente, uma herança da Lei de Informática, que durante mais de uma década praticamente invia-bilizou a importação de computadores para dar vantagens competitivas à indústria nacional.

Uma hipótese para explicar os "erros" é o fato de que os usuários das máquinas "frankenstein" não vêem nenhum logotipo nos produtos, a não ser os da Intel e o dos fabricantes de monitores.

A análise dos cruzamentos da pesquisa revela, porém, que essas corporações têm um grave problema de comunicação com o público brasileiro. Mesmo se levarmos em conta que o computador é um produto caro e que chegou recentemente à casa do brasileiro, o desconhecimento ainda é assustador.

A situação só melhora um pouco quando nos concentramos nas pessoas que se conectam à internet. Porém, mesmo entre esses usuários que precisam de um computador para se ligar à rede, há 40% de entrevistados que não conseguem lembrar uma marca. Os erros, novamente, se repetem, com 9% citando Pentium, 7% a Samsung, 4% a LG e 2% a Microsoft.

Apenas no universo dos chamados "heavy users", que acessam a internet todos os dias, os percentuais se alteram de forma significativa. O total dos que não se lembram de nenhuma marca cai para 26%.

De duas, uma: ou os fabricantes de computador mudam sua estratégia de comunicação para ganhar espaço na cabeça dos consumidores brasileiros, ou a coreana Samsung pode repensar sua política de vendas para o Brasil e aproveitar o espaço conquistado, mesmo que involuntariamente, para lançar computadores no país. (JRT)





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