Folha Online Aqui jaz São Paulo
Aqui jaz São Paulo
02/12/2003

Cobertura vegetal é um terço da ideal

RAFAEL ALVES PEREIRA
da Equipe de Trainees

A cidade de São Paulo apresenta um dos mais baixos índices de vegetação por habitante do Brasil: apenas 4 m2 de área verde para cada um dos 10,5 milhões habitantes do município. O índice mínimo recomendado pela Organização Mundial de Saúde para áreas urbanas é de 12 m2.

O número leva em conta tanto as áreas verdes no perímetro urbano quanto os parques nos limites da cidade, como os da Cantareira e do Jaraguá. O déficit fica patente quando comparado com os números de outras capitais do país: 59,4 m2 no Rio, 55 m2 em Curitiba e 120 m2 em Brasília.

Entre os 96 distritos paulistanos, pouco menos da metade, 47, têm área verde igual ou superior ao recomendado pela OMS.

O cinza predomina no centro. Na Sé, a taxa é de apenas 0,22 m2. Em Santa Cecília, não sai do zero (o único outro bairro com essa distinção é o Brás, na zona leste).

As maiores concentrações de áreas verdes estão no extremo sul. Marsilac apresenta a maior taxa: 25.797 m2, área de um pouco mais de três campos de futebol de cobertura vegetal para cada pessoa. Pouco populoso e de natureza rural, o bairro fica dentro do perímetro da Área de Proteção Ambiental Capivari-Monos, que preserva uma faixa de mata atlântica.

A falta de recursos para criar e manter áreas verdes pode fazer com que o índice fique ainda pior. Segundo a prefeitura, existem propostas de criar parques no município, mas não há dinheiro.

Deficiências na fiscalização dos parques e reservas também preocupam. Entre 1990 e 1995 o município perdeu 668 hectares de mata atlântica, uma área igual a 859 campos de futebol. E a velocidade da destruição quase dobrou na segunda metade da década passada: foram perdidos 1.109 hectares, ou 1.426 campos de futebol.

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