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02/12/2003
‘Quatrocentão’ agoniza
ISABELLE MOREIRA LIMA
MARINA MOTOMURA
da Equipe de Trainees
O termo "família quatrocentona" foi usado pela primeira vez em 1932 por José de Alcântara Machado de Oliveira. O escritor e jurista se referia, de maneira elogiosa, às famílias que chegaram na época da fundação da vila e resistiram fortes e significativas pela história de São Paulo.
Segundo o historiador Marcelo Amaral, o termo ganhou novas conotações no quarto centenário do município. Com a superexposição, ele passou a ser rebatido pelos imigrantes italianos, que já haviam lutado contra os paulistanos na Questão dos Protocolos (1896), conflito que eclodiu quando o governo brasileiro pagou indenizações por danos aos imigrantes.
Meio século depois, os quatrocentões viraram "descendentes da escória de Portugal".
Há quem defenda o conceito. O médico Olavo Pires de Camargo, que é quatrocentão duas vezes, descendente do casamento das famílias rivais, resolveu dar apenas o seu sobrenome aos filhos para manter a linhagem. Ele tem ainda um pequeno museu da família em sua fazenda em Atibaia, cidade fundada pelos Camargos, a 60 km da capital.
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