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Educação
24/06/2005

Merenda: Para crianças de Jandira, escola é um prato cheio

ERNANE GUIMARÃES NETO
Da equipe de trainees

Gustavo Scatena/Equipe de trainees
As irmãs Camila, Sandra e Sabrina tomam café da manhã na escola Sátiro Alves de Souza, em Jandira (SP); na hora do almoço, elas têm a companhia de Renata, a irmã mais velha; no jantar, a mãe, Licardina, está presente
As irmãs Camila, Sandra e Sabrina tomam café da manhã na escola Sátiro Alves de Souza, em Jandira (SP); na hora do almoço, elas têm a companhia de Renata, a irmã mais velha; no jantar, a mãe, Licardina, está presente
As irmãs Camila, Sandra e Sabrina tomam café da manhã na escola Sátiro Alves de Souza, em Jandira (SP); na hora do almoço, elas têm a companhia de Renata, a irmã mais velha; no jantar, a mãe, Licardina, está presente
As irmãs Camila, Sandra e Sabrina tomam café da manhã na escola Sátiro Alves de Souza, em Jandira (SP); na hora do almoço, elas têm a companhia de Renata, a irmã mais velha; no jantar, a mãe, Licardina, está presente
As irmãs Sabrina, 4, Camila, 7, Sandra, 8, e Renata, 13, chegam para o café da manhã na Escola Municipal Sátiro Alves de Souza, em Jandira, na Grande São Paulo. Elas tomam café com leite e comem um pão com manteiga. Camila vai para a sala de aula. As outras irmãs voltam para casa.

Chegou a hora do almoço. Sabrina, Camila, Sandra e Renata servem-se de arroz, feijão, frango e salada no refeitório da mesma escola. Sabrina e Sandra vão para a sala de aula. Renata vai para outra escola, no centro de Jandira, onde cursa a sétima série.

É hora do jantar. Sabrina, Camila e Sandra estão prontas para comer. Acompanhadas da mãe, a dona-de-casa Licardina, elas vão juntas para a escola, onde comerão arroz, feijão e bife a rolê.

São assim as refeições das meninas da família Santos: elas vão à escola Sátiro Alves de Souza para café da manhã, almoço e jantar todo dia, incluindo fins de semana e feriados. As irmãs estão no programa Desnutrição Infanto-Juvenil Zero, administrado pela Prefeitura Municipal de Jandira.

Essa não é a única família beneficiada: o programa, em fase inicial de implantação, tem hoje 698 crianças de 0 a 14 anos na lista de atendimento --alunos da Sátiro Alves de Souza e irmãos, mesmo que não estudem nessa escola.

O Desnutrição Zero planeja dar educação alimentar em aula. Para isso, pediu à USP que auxiliasse na formação de seus professores em temas de nutrição. A mãe das meninas foi encaminhada pelo programa ao curso "Alimente-se bem por R$ 1", do Sesi. A família conta com o auxílio Renda Cidadã, do governo estadual --o pai, Santiago, é desempregado.

A coordenadora do programa, Sílvia Ruedas, quer otimizar a freqüência: "O objetivo não é termos um restaurante popular". Ruedas está realizando recadastramento do Desnutrição Zero e prevê que o público da comunidade seja atualizado para cerca de 400 crianças --desnutridas em acompanhamento e freqüentadoras assíduas. Depois, planeja-se expandir o programa para toda a rede pública jandirense.

Em todo o Brasil, crianças vão à escola por causa da comida. Para Ana Lydia Sawaya, presidente do Centro de Recuperação e Educação Nutricional, na Universidade Federal de São Paulo, a merenda é uma coisa "necessária, porque falta qualidade na alimentação da população de baixa renda".

Elza Corsi, nutricionista do Instituto Avisa Lá, enfatiza o papel da merenda na educação alimentar da criança. O Avisa Lá, ONG voltada à formação continuada de educadores, trabalha com escolas em municípios como São Paulo e São José do Rio Pardo. Educação alimentar, no caso, vai além de aulas de nutrição para crianças.

Nas escolas atendidas pelo Avisa Lá, a refeição muda para "self-service" e as crianças são orientadas sobre quanto servir e como se portar à mesa. Para Corsi, "é um exercício de raciocínio, diminui o desperdício e respeita a individualidade da criança". Por essas razões, a merenda pode ser um contraponto à comida gordurosa e industrial de algumas cantinas.

"Não há cantinas na rede municipal de São Paulo", diz Laura Rahal, nutricionista do Departamento de Merenda Escolar da capital paulista. Há 1,5 milhão de refeições servidas diariamente. Todo dia, 330 veículos levam merenda para as instituições municipais --395 mil dessas refeições vão para escolas de ensino fundamental.
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