São Paulo, sexta-feira, 22 de fevereiro de 2002
 

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"Antidores" movimentam US$ 640 mi





SHIN OLIVA SUZUKI
RODRIGO TAVARES
DA EQUIPE DE TRAINEES

A dor é um bom negócio para as empresas do ramo farmacêutico. Na lista dos dez medicamentos mais vendidos no Brasil, cinco têm como função combater manifestações dolorosas. Segundo o Conselho Regional de Farmácia do Distrito Federal (CRF-DF), esse mercado está avaliado em cerca de US$ 640 milhões.

A quantia faz parte dos cerca de US$ 5,7 bilhões que os brasileiros consumiram em remédios no ano passado, o que coloca o país na oitava posição entre os maiores mercados do mundo. Os gastos com medicamentos representam 12% do orçamento familiar.

Dor no bolso

As pessoas que convivem com a dor são consumidoras "fiéis", que representam uma fatia valiosa para esse mercado. A ex-vendedora ambulante Maria Virgilina Pereira Pina, 44, gasta entre R$ 1.000,00 e R$ 1.200,00 por mês para tratar complicações derivadas de, segundo ela, um erro médico. Apenas para tratar dores são gastos R$ 400,00. Ela é sustentada pelo marido e recebe ajuda da irmã e de três filhos.

Após uma cirurgia de hérnia de disco em 1999, Maria Virgilina afirma que perdeu a sensibilidade de regiões das pernas. Caminhando com dificuldade, foi obrigada a parar de trabalhar.

Maria Virgilina é obrigada a tomar 11 remédios diferentes por mês, além ter de usar sondas e fraldas. "Alguns medicamentos afetam o meu intestino e eu tenho que tomar outros para anular os efeitos". As pernas também sentem "choques", que são aliviados por meio de comprimidos.

Outros gastos, como contas de luz e condomínio, estão sendo colocados de lado por causa das despesas com remédios.
"Vou fazer o quê? Parar com o tratamento?", pergunta a ex-ambulante.

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