São Paulo, sexta-feira, 22 de fevereiro de 2002 | |||
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REMÉDIO DA ALMA Poeta não era fingidor
PEDRO IVO DUBRA DA EQUIPE DE TRAINEES "Chega a fingir que é dor a dor que deveras sente." Pelo menos em relação a uma das dores que mais afligem o ser humano, o poeta e diplomata João Cabral de Melo Neto (1920-1999) contrariava a máxima de outro poeta, o português Fernando Pessoa (1888-1935). Sua enxaqueca tornou-se famosa e serviu de pretexto para um poema (leia trecho no quadro acima). Em "Num Monumento à Aspirina", de "A Educação Pela Pedra" (1967), João Cabral tece elogios ao medicamento, que consumiu por mais de 40 anos. "Equipara-se aos melhores de um livro em que há o melhor do poeta", diz o crítico João Alexandre Barbosa, 64. O médico especialista Abouch Krymchantowski afirmou ter conversado com o poeta pelo telefone. "Ele me disse: posso sair de casa sem coisa nenhuma, mas não saio sem aspirina". Remédios à parte, Barbosa acredita que a obra do autor retrata uma dor mais ampla: a social. "João Cabral dizia que o Brasil dava dor de cabeça". Texto Anterior: CÉREBRO: Analgésico pode ser "veneno" Próximo Texto: Existe cura, diz médico que estudou a própria enxaqueca Índice |
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