Adalberto de Barros Nunes

20.out.1905 - 29.out.1984

 

Chefe do Estado-Maior da Armada


Adalberto de Barros Nunes, então almirante chefe do Estado-Maior da Armada, precisou de apenas 20 segundos na reunião que instituiu o AI-5 para se posicionar de "pleno acordo" com o ato.

 

Pelo mesmo regime, irrompeu em 64 contra a Rebelião dos Marinheiros, liderada pelo cabo Anselmo. Dois anos depois foi promovido a almirante-de-esquadra, segundo posto na hierarquia da Marinha.

 

Durante a carreira militar na Marinha, onde ingressou em 22, passou por diversas embarcações brasileiras, como o encouraçado Minas Gerais e o cruzador Rio Grande do Sul.

 

Como ministro da Marinha no governo Medici (1969-1974), é lembrado por ter ampliado o mar territorial brasileiro para 200 milhas náuticas.

 

Homônimo do posto hierárquico de Nunes, o sambista Almirante, conhecido como "maior patente do rádio", foi um de seus companheiros de farra num bar carioca durante a juventude.

 

"Pouca gente sabe o que é passar a noite no Ponto de Cem Réis, em Vila Isabel [zona norte], junto com Noel Rosa, Almirante, João de Barro, aquele pessoal bom do Bando de Tangarás.", afirmou Nunes numa entrevista a Fernando Morais, em 1969.

 

Na mesma ocasião, resumiu os assuntos de sua vida e disse que "há muito pouca coisa para escrever" a seu respeito.

 

Nunes saiu do governo, foi para iniciativa privada e se tornou presidente da Abert (Associação Brasileira de Empresas de Radiodifusão e Televisão entre 72 e 74.

 

Faleceu no Rio de Janeiro, mesma cidade onde nasceu, aos 79 anos.

 

Ouça o áudio

 

 

Excelentíssimo senhor presidente, senhores membros do conselho. Estou de pleno acordo com a proposição apresentada, por encontrar neste documento as armas necessárias para que Vossa Excelência possa combater a desordem e a contra-revolução.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sucinto, direto e "de pleno acordo" com o documento, Adalberto de Barros Nunes, então chefe do Estado-Maior da Armada, economizou palavras na sua declaração sobre o ato institucional.

 

Disse, em 20 segundos, ter encontrado no ato institucional as "armas necessárias para que se possa combater a desordem e a contra-revolução."