DA EQUIPE DE TRAINEES

O censo demográfico do IBGE é feito por autoclassificação e de forma indireta: o entrevistado define sua própria cor e a das pessoas que residem no domicílio. O entrevistador pergunta ao respondente, que é uma pessoa de referência da residência, como ele classifica sua cor ou raça dentre as alternativas branco, preto, pardo, amarelo ou indígena.
Segundo José Luís Petruccelli, pesquisador do departamento de população do IBGE, classificar-se dentro de um grupo de cor dependeria não só da cor da pele, mas também de uma questão social: "Quando uma pessoa vai procurar emprego e é descartada por causa de sua aparência, ela sabe de que cor é".
O Dieese (Departamento Intersindical de Pesquisas e Estudos Socioeconômicos), que realiza pesquisas em seis regiões metropolitanas do Brasil, utiliza um método diferente: os entrevistadores passam por um treinamento para reconhecer características que tipificariam as diferentes raças, tais como cor da pele, forma do nariz, da boca e tipo de cabelo.
Lúcia Santos Garcia, técnica de pesquisa do Dieese, afirmou que o método do IBGE não é autoclassificatório, pois apenas uma pessoa responde por todos que residem naquele domicílio.
A pesquisadora disse que, quando se usa a autoclassificação, os entrevistados tendem a se "embranquecer", ou seja, a se considerar mais claros do que são. A opção pela classificação externa também implica riscos, pois, segundo Garcia, o entrevistador, quando simpatiza com o entrevistado, tende a embranquecê-lo.
Os Estados Unidos, outro país multirracial, optaram por uma classificação mais detalhista de sua população. O questionário do censo apresenta ao entrevistado seis categorias principais: branco, negro ou afroamericano, índio americano ou nativo do Alasca, asiático, nativo do Havaí ou outra ilha do Pacífico ou outra raça.
Algumas dessas categorias possuem ainda subdivisões. Os asiáticos, por exemplo, podem se definir como índio asiático, chinês, filipino, japonês, coreano, vietnamita ou outro asiático.


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