|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
HISTÓRIA
Visconde negava sua negritude
DA EQUIPE DE TRAINEES
Francisco Sales Torres Homem, visconde de Inhomirim,
único negro a comandar a economia do país em toda a história, nasceu em 29 de janeiro de
1812, no Rio de Janeiro, filho de
um padre negocista e briguento
e da mulata forra Maria Patrícia,
quitandeira no largo do Rosário,
alcunhada "Você me mata".
Condenava a escravidão como
sistema desumano, não jurídico
e anticristão. Durante a discussão da Lei do Ventre Livre, demoliu a argumentação dos escravagistas sobre a propriedade
dos africanos na condição de
bens semoventes, considerando-a uma "doutrina absurda e
execrável".
Embora fosse abolicionista, o
visconde não assumia sua condição de negro, usando perucas
e pó-de-arroz, sendo caricaturado como um macaco por charges da época.
Ocupou posições de destaque,
como a presidência do Banco do
Brasil, a Secretaria de Estado dos
Negócios da Fazenda de 12 de
dezembro de 1858 a 10 de agosto
de 1859 e foi senador por seis
anos (1870-1876).
Sempre encontrou oposição
por parte de monarquistas, por
conta do "Libelo do Povo" que
escreveu em 1848, sendo por eles
atacado cada vez que galgava
um novo posto, como quando
recebeu o título de visconde em
1871, por sua atuação no Senado
em defesa da liberdade dos filhos das escravas.
Nesta ocasião, "A Reforma"
publicou anonimamente os seguintes versos: "Vós, gramáticos
defuntos, / Não vistes o que hoje
vi! / Dois diminutivos juntos, /
Um português e um tupi! //
Inho, até aqui desinência, / Já se
antepõe a mirim / Simbolizando
a eminência / Do senhor Inho ...
mirim!".
Morreu quando procurava se
tratar da asma, em Paris, em 3 de
junho de 1876.
Texto Anterior: Negro ganha eleição onde branco deixa Próximo Texto: Entrevista: Candidatura racial ganha com a direita Índice
|