21/06/2006
Perícia derrubou versão de Suzane von Richthofen
DA EQUIPE DE TREINAMENTO
Ricardo Salada estava há uma hora do final de seu plantão no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), na madrugada de 31 de outubro de 2002, quando foi requisitado para fazer a perícia da morte do casal Manfred e Marísia von Richthofen, que duraria mais de dez horas.
No local do crime, os únicos cômodos revirados eram o quarto do casal e a biblioteca. Isso apontava para um possível latrocínio (roubo seguido de morte) executado por pessoas conhecidas da família, que sabiam onde encontrar objetos de valor.
No exame do quarto, a descoberta de um fundo falso revirado no armário indicava que quem cometeu o crime não era apenas conhecido, mas íntimo da casa, por saber de um compartimento tão escondido.
Ao mesmo tempo em que os peritos examinavam a biblioteca, a filha mais velha do casal, Suzane, era interrogada.
Ela afirmou que não havia mexido em nada na casa, mas disse ter visto cortada a pasta que guardava o dinheiro da família na biblioteca.
A versão dela não coincidiu com o que Salada encontrou. A pasta estava na biblioteca, como afirmou Suzane, mas com o corte virado para baixo. Seria impossível que ela, sem mexer nos objetos, o tivesse visto.
Confrontados com a análise da perícia, Suzane e os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos confessaram o crime. Uma semana depois, a perita-chefe do DHPP, Jane Belucci, fez com eles a reconstituição do homicídio, fornecendo as peças finais do quebra-cabeça do caso cujo julgamento está marcado para 17 de julho.
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