08/12/2006
NY tem cesto na esquina; Londres retirou as latas
DA EQUIPE DE TREINAMENTO
DE NOVA YORK
DE LONDRES
O método de distribuição das lixeiras por Manhattan, em Nova York (EUA), segue um padrão simples: todas as encruzilhadas das regiões de mais circulação de pedestres possuem cestos de lixo _não há equipamento no meio das quadras.
O lado negativo é que o pedestre precisa caminhar até 100 m para encontrar um local para depositar o resíduo.
A prefeitura nova-iorquina possui um grupo de fiscais que faz inspeções permanentes nas ruas e emite relatórios mensais sobre limpeza. O trabalho da equipe define as estratégias adotadas para a conservação dos espaços públicos.
Situação bem diferente ocorre em Londres, onde as lixeiras foram removidas das ruas por medida de segurança contra ataques terroristas.
Os equipamentos passaram a ser colocados apenas em um limitado número de jardins e espaços abertos, segundo o City of London, órgão do governo local. Ainda assim, os cestos são à prova de explosivos.
Mesmo sem contar com lixeiras, a capital recebeu, pela segunda vez consecutiva, o título de cidade mais limpa do Reino Unido, no ano passado. Para manter a limpeza, as ruas de Londres são varridas de duas a seis vezes, em dias de semana. À noite, caminhões fazem a limpeza mecanicamente.
Limpeza estimula limpeza
Colocar lixeiras na rua não é garantia de que os pedestres vão jogar seus resíduos nelas. A afirmação é da urbanista Cláudia Ruberg, doutora em gestão de resíduos sólidos. Além do trabalho de conscientização do cidadão, é preciso manter o ambiente limpo para evitar que a degradação se agrave.
Ruberg cita o metrô de São Paulo como exemplo de um local que é mantido de maneira eficiente e que estimula o usuário a conservá-lo. "Limpeza estimula a limpeza. Se o pedestre vê um ambiente que já está sujo, não é estimulado a procurar uma lixeira; joga ali mesmo."
Essa colaboração do pedestre, para a arquiteta, reduziria não só o impacto ambiental como também os gastos governamentais com varrição.
"Se você joga uma coisa fora, alguém vai ter que tirar aquilo dali. E isso vai demandar um esforço, alguém vai ter que varrer." Com menos lixo espalhado, as equipes que trabalham com a varrição poderiam ser remanejadas para outras áreas da conservação urbana.
A recém-aprovada lei de combate à poluição visual em São Paulo pode favorecer o aumento da distribuição de lixeiras pela cidade.
Com a nova norma, a publicidade deve ficar restrita apenas ao mobiliário urbano, o que inclui papeleiras, pontos de ônibus e bancos de praça.
A prefeitura estuda empregar a receita gerada pela propaganda em projetos para eliminar outros aspectos da poluição visual, como, por exemplo, em ações como o enterramento de fios e cabos.
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