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Novo em Folha 42ª turma
29/06/2007

Placas em São Paulo levam até para o lugar errado

RAFAEL TARGINO
da EQUIPE DE TREINAMENTO

Parte das 20 mil sinalizações de orientação da cidade estão sujas, amassadas e confundem o motorista; CET diz que vai avaliar os problemas encontrados

Quem está na av. dos Bandeirantes (zona sul) no sentido aeroporto e se guia pelas placas para chegar à Ver. José Diniz pode acabar na marginal Pinheiros, no lado oposto ao destino. Essa é apenas uma das 13 armadilhas encontradas pela Folha nas ruas de São Paulo.

De 6 a 20 de junho, a reportagem andou cerca de 700 km na cidade e constatou: existem placas que mais atrapalham do que ajudam. Há sinalizações tortas, amassadas, de cabeça para baixo e até aquelas que levam ao lugar errado (veja mapas ao lado). A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) disse que vai avaliar os casos apontados pela reportagem.

Mesmo no centro, é possível se perder com a sinalização. A psicóloga Nair Falcão, 44, já se perdeu na região. "Eu sabia que a praça João Mendes era caminho para [o bairro da] Liberdade. Não achei nenhuma placa que me indicasse onde ficava. Fiquei dando volta até perguntar para taxistas", afirma.

Segundo Hugo Pietrantonio, professor do departamento de engenharia de transportes da USP, quem faz a sinalização conta justamente com isso: que o motorista pergunte ou consulte mapas.

Problemas
Mas nem rotas recomendadas pelo site da CET são bem sinalizadas. Em uma delas, o motorista que vem de fora precisa saber qual pista é a expressa e qual é a local na marginal Tietê _informação que não existe. Em 2005, a reportagem da <bf>Folha<xb> já havia constatado isso.

Na época, o órgão disse que iria implantar uma sinalização especial na via. No entanto, só o projeto piloto foi iniciado, e não há verbas para completá-lo (leia texto ao lado).

A CET decide onde colocar as placas depois que são feitos estudos de tráfego. Dependendo do projeto, podem-se levar até oito meses para que a sinalização chegue às ruas. Ela segue o padrão de um manual _o Programa de Orientação de Tráfego (POT), de 1978.

Para o engenheiro Francisco Moreno Neto, ex-gerente de Planejamento e de Engenharia de Tráfego da CET entre 1976 e 83, um dos problemas é que o POT não acompanhou o crescimento de São Paulo.

As placas ainda sofrem com a falta de conservação. Elas duram em torno de cinco anos, passando por uma lavagem anual _que, às vezes, não acontece. Colisões de veículos e roubos também são comuns.

Cada placa custa, em média, R$ 3 mil. Estima-se que há 20 mil sinalizações de orientação em São Paulo.O órgão não soube dizer nem quantas placas são roubadas por ano, nem quantas faltam em São Paulo.
Moreno Neto calcula que são necessárias, hoje, 15 mil. Segundo ele, implantar todas teria um custo de cerca de R$ 25 milhões.

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