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Novo em Folha 42ª turma
29/06/2007

Governo apressa a expansão de laptops em escolas públicas

JOHANNA NUBLAT
MARIANA BENEVIDES
da EQUIPE DE TREINAMENTO


Danilo Verpa/Folha Imagem
Aluna da 2ª série fundamental brinca com o computador em escola municipal de São Paulo
 Aluna da 2ª série fundamental brinca com o computador em escola municipal de São Paulo

Mesmo sem concluir teste iniciado neste ano em cinco cidades, governo quer ampliar para todos os Estados o uso de computadores móveis por alunos da rede pública e atingir até 250 mil estudantes em 2008; efeito nas notas é desconhecido, mas professores vêem mais motivação

O governo federal está se preparando para colocar computadores móveis (laptops) em escolas públicas de todos os Estados do país já no ano que vem.

Embora ainda não tenha resultados das cinco experiências iniciadas este ano, o UCA (Um Computador por Aluno) quer atingir de 150 mil a 250 mil alunos no começo de 2008.

Segundo José Luiz Maio de Aquino, assessor da Presidência e um dos responsáveis pelo projeto, a previsão é que o número exato seja definido nas próximas duas semanas.

Se a ampliação atingir o patamar mais alto, de 250 mil estudantes, o governo estará entregando laptops a aproximadamente 0,5% dos 48,6 milhões de alunos matriculados na rede pública de ensino, segundo dados do Inep de 2006.

O edital para a compra das máquinas deve ser lançado até o final de agosto pela Presidência da República e pelo MEC (Ministério da Educação).

Novo comportamento
Como a experiência do projeto UCA, até agora, abrangeu apenas cerca de 160 alunos e é muito recente, não há resultados objetivos que comprovem que o uso de laptops melhora a aprendizagem.

O que o uso dos computadores já conseguiu demostrar é que os alunos mudaram de comportamento na classe, segundo os envolvidos com a experiência.

"No pouco tempo que os laptops estão na escola, já notamos que o brilho nos olhos dos alunos mudou. Eles não querem faltar e não chegam mais atrasados", disse a coordenadora do projeto em São Paulo, Roseli de Deus Lopes.

Para ela, mais do que notas, o que deve ser avaliado é se o aluno tem mais autonomia na busca de informações e se está desenvolvendo raciocínio, criatividade e senso crítico: "O mais importante hoje não é conteúdo, é saber procurar e analisar a informação."

Dentre as cinco escolas pioneiras, São Paulo e Porto Alegre (RS) são as mais adiantadas. Nessas escolas, os alunos trabalham com os computadores móveis desde março.

Em Palmas (TO), Brasília (DF) e Piraí (RJ), os computadores já chegaram, mas ainda estão dentro de caixas e armários. A estrutura das escolas está sendo preparada e os professores, recebendo capacitação.

O impacto do uso dos laptops fora da escola também ainda não pôde ser avaliado. O projeto prevê que os alunos levem os computadores para casa, mas, até agora, o equipamento não sai da escola em nenhuma das cinco cidades (leia texto na página ao lado).

Ampliação
Apesar dos planos de ampliação, Carlos Bielschowsky, secretário de Educação a Distância do MEC, diz que a medida será "cautelosa e restrita", por não ter ocorrido a inclusão digital desejada e os alunos ainda não terem sido avaliados pela Prova Brasil.

Mas o secretário diz ter um "sentimento forte de que o UCA vale a pena", pelo que pôde observar em São Paulo e Porto Alegre. Segundo ele, os alunos realmente se mostram mais interessados e ativos nas aulas com laptop.

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