28/06/2007
Foco
Domingas Dalas, 26, morou oito anos no Rio de Janeiro, como refugiada de uma guerra civil que durou 27 anos. Ela voltou ao seu país natal há dois meses, na esperança de reconstruir sua vida. O regresso proporcionou o reencontro com a família em Angola, mas a deixou longe do marido e do filho.
Leonardo Matos, 26, marido de Domingas, ficou no Brasil com o filho, Anderson, de sete anos. Leonardo está no terceiro ano do curso de direito e pretende encontrar sua mulher quando acabar a faculdade.
Mas, antes de retornar, Leonardo tenta conseguir que o filho vá para Angola reencontrar a mãe. "Ele está doente, sente muitas saudades de mim", diz Domingas.
Leonardo diz que o filho deve viajar em julho. "A mãe dele já enviou toda a documentação e devo conseguir o visto junto ao Consulado de Angola na próxima semana." Com os papéis em dia, Leonardo acredita que Anderson poderá ir para Angola através do programa de repatriação do Acnur, agência da ONU de assistência aos refugiados.
Domingas não conseguiu participar do programa da ONU, pois encontrou problemas com a sua documentação. Ela acredita que o Acnur deveria intervir junto ao consulado para agilizar o processo.
Uma reunião entre o Acnur e a Embaixada de Angola no Brasil está prevista para o próximo mês.
"Já está sendo muito difícil ficar longe da minha mulher. Com a partida do meu filho, vai ser pior ainda", conta Leonardo, que diz não ter condições de manter sua família no Brasil. "A vida não está fácil. Vamos ter que começar tudo do zero."