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Novo em Folha 44ª turma
12/12/2007

Palácio dos Campos Elíseos: plano vira reforma de fachada

KARIN BLIKSTAD
PAULO HENRIQUE RODRIGUES
DA EQUIPE DE TREINAMENTO

Estado anuncia a restauração do Campos Elíseos outra vez; promessa de 2003 não foi cumprida

O interior do palacete tem fiação à mostra, focos de cupim e buraco no assoalho do piso superior; até 2006, abrigava repartição pública

Tuca Vieira/Folha Imagem
Entrada do palácio, um dos cômodos mais bem conservados do edifício do século 19, que pertenceu a um barão do café e depois abrigou a sede do governo

Quatro anos após ter anunciado a recuperação do Palácio dos Campos Elíseos, o governo de São Paulo volta a falar na restauração da antiga sede e residência oficial do Estado.
Desta vez, pela metade.

O investimento de R$ 5.309.951,30 R$ 2.262.000 captados até agora pagará a obra na fachada e na cobertura. O interior abandonado apresenta buraco no chão do piso superior e focos de cupim.

O governo diz que a restauração externa impedirá mais deterioração por dentro, ao cessar infiltrações, por exemplo. Para especialistas ouvidos pela Folha, priorizar a parte externa não é problema.

Mas o destino do palácio vazio só será definido quando o interior for restaurado, na segunda etapa de obras, sem data marcada. O restauro externo deve começar em janeiro e durar 18 meses.

O certo é que o prédio não vai abrigar novamente uma repartição pública. "Senão, começa a degradar tudo de novo", diz Sergio Tiezzi, chefe de gabinete da Secretaria de Desenvolvimento, órgão responsável pelo imóvel.

Até o ano passado, a Secretaria de Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo, hoje desmembrada, ocupava o casarão tombado. Em 2003, anunciado o restauro pela primeira vez, pensou-se na volta do gabinete do então governador, Geraldo Alckmin (PSDB), para o palácio. Mas a idéia foi descartada.

Tuca Vieira/Folha Imagem
Detalhe da fachada
Detalhe da fachada

Casarão abandonado
O prédio está totalmente desocupado _a não ser pelos seguranças na guarita, os gatos que perambulam pelo jardim e o Santana com os quatro pneus furados abandonado ao lado do casarão.

Ninguém pode visitar. Nem deve. Para conhecer o quarto que era usado pelos governadores, no andar de cima, a reportagem foi guiada. Há pontos em que não se pode pisar.

Todos os móveis e imagens sacras foram levados para o Palácio dos Bandeirantes em 2006. Só permanecem as lembranças do passado recente de repartição pública: portas têm placas de identificação, e paredes, marcas das baias.

No sótão, fios de eletricidade estão à mostra. Foi nesse local que ocorreu um incêndio em 1967 (leia mais no site).

A recuperação dos danos causados pelo fogo terminou em 1972. Depois de 35 anos, o palácio pede nova intervenção.

Branco e ocre
Se a idéia for adiante, esta será a primeira vez que o Palácio dos Campos Elíseos será restaurado, não apenas reformado. O objetivo é retomar as características da época da construção, concluída em 1899. O casarão foi projetado pelo arquiteto alemão Mateus Häussler, que combinou renascentismo italiano e neoclássico francês.

"Mais fácil falar que é estilo eclético", diz a arquiteta Mariana de Souza Rolim, da Fundação Patrimônio Histórico da Energia e Saneamento, que organiza o projeto.

A cor da fachada resgatará o fundo branco com detalhes em ocre. Rolim diz que uma reforma na década de 1930 deu tons verdes ao casarão.

Hoje, o palácio está bege.

Dinheiro via Lei Rouanet
Depois de a fundação ter captado a verba para o início das obras, foi feita uma tomada de preços, vencida pela Companhia de Restauro.

Os R$ 2.262.000 arrecadados até agora para restauração da fachada e da cobertura foram obtidos via Lei Rouanet, que dá incentivo fiscal para empresas patrocinadoras de projetos culturais.

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