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Novo em Folha 44ª turma
12/12/2007

Casarão da Florêncio de Abreu vai receber espaço cultural

MARINA GAZZONI
TANIELE RUI
DA EQUIPE DE TREINAMENTO

Restauração da casa de Marieta de Carvalho descobre medalhões coloniais

Rogerio Cassimiro/Folha Imagem
Santos e Elias Sobrinho, pedreiro e pintor especializados em restauração, na casa de Marieta
Santos e Elias Sobrinho, pedreiro e pintor especializados em restauração, na casa de Marieta

A casa pichada e com a parede deteriorada na rua Florêncio de Abreu, 111, vai se transformar em um espaço cultural até o final de 2008. Construída em 1878 e abandonada há mais de 30 anos, a antiga Residência de Marieta Teixeira de Carvalho é um dos sete prédios tombados em restauração entre os 98 visitados pela Folha.

O imóvel pertence ao mosteiro São Bento e as obras de restauração são financiadas pela Petrobras através da Lei Rouanet, de incentivo à cultura. O projeto de restauro do arquiteto Affonso Risi Júnior prevê um espaço para concertos, recitais e exposições.

O trabalho começou com a pesquisa da artista plástica especializada em restauração Nilva Calixto. "A restauração é como a arqueologia, mas na vertical. Você 'escava' a parede para descobrir todas as decorações pelas quais o edifício passou", compara.

A pesquisa revelou pinturas em formato de medalhões com estilo da época da colônia sob cinco camadas de tinta. "Encontrei uma obra mais antiga e valiosa sob a pintura de desenho repetitivo pela qual a casa foi tombada", comemora.

A senzala no porão foi reformada para receber exposições. Originalmente com menos de um metro e meio de altura, precisou ter o solo escavado para melhorar a circulação de pessoas.

O segundo piso ainda não foi restaurado, mas suas paredes de taipa francesa já atraem estudantes de arquitetura interessados em conhecer a técnica. "É a única casa em taipa francesa que restou em São Paulo", explica a restauradora.

Encarregada da execução da obra, a arquiteta Olívia Hiss buscou referências em fotografias antigas para reconstituir as partes faltantes na decoração. Para ela, um dos diferenciais para garantir a qualidade da restauração é a contratação de mão-de-obra qualificada.

Profissionais do restauro
Mesmo sem ter curso de restauro, o pintor Paulo Elias Sobrinho, 60, e o pedreiro Antonio Santos, 48, são especialistas por experiência. Eles já participaram de diversas obras de restauro na cidade, entre elas a do Teatro Municipal e a da Estação da Luz.

A recuperação ou reprodução das molduras da casa são responsabilidades de Santos. Ele usa uma ferramenta chamada "carrinho" para modelar os frisos decorados. "É um trabalho artesanal e eu faço com amor e carinho", conta.

Para reconstituir as pinturas, Elias Sobrinho cria moldes de chapa de acetato. Ele fixa papel vegetal na parede e copia os desenhos. Após o expediente, o pintor compõe os moldes no formato da decoração. Com a chapa, ele reestampa a parede.

Natural de Tietê, Elias Sobrinho mora no mosteiro nos dias de semana. Ele foi contratado para restaurar o quarto do papa antes de sua visita ao Brasil. Para o pintor, a obra mais emocionante foi a de restauração da Igreja de Tietê, onde ele casou e batizou os filhos.

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