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Novo em Folha 45ª turma
19/08/2008

Com experiência internacional e "amuleto", equipe crê em medalha

DA ENVIADA ESPECIAL A SALVADOR (BA)

Os chineses acreditam que o número oito traz sorte e prosperidade. Não à toa, decidiram realizar a abertura da Olimpíada, que promete ser a maior da história, no dia 8 do oitavo mês de 2008. Se os anfitriões estiverem certos quanto à superstição, o boxe brasileiro chegará a Pequim carregando um amuleto. Isso porque o baiano Éverton Lopes, 19, comemora seu aniversário nessa mesma data.
Uma boa dose de sorte ele já provou mesmo que tem. Antes de começar a treinar, há três anos e meio, Éverton era um dos milhares de brasileiros que "se viravam" para sobreviver.
Lavava carros e carregava compras em supermercados de Salvador. Agora, as atividades braçais são outras. Bem mais promissoras, aliás. Em vez de moedas, ele busca medalhas.
Entre os seis pugilistas brasileiros classificados para a Olimpíada, histórias de dificuldades há de sobra. Mas, como atletas da equipe olímpica -que possuem salário fixo, moradia paga e a expectativa de, no futuro, lutar no boxe profissional por bolsas vultuosas-, a preocupação que eles têm atualmente são os fortes cubanos, russos e americanos que encontrarão nos ringues.

Márcio Lima/Arcapress
Perfis dos brasileiros que subirão nos ringues
Perfis dos brasileiros que subirão nos ringues

O diretor técnico da equipe brasileira, o cubano Otílio Toledo, diz que a equipe chega a Pequim com uma técnica bem apurada e com média de idade menor que a que representou o Brasil em Atenas. "Isso mostra que, de fato, evoluímos, mas ainda não temos 'aquele' atleta", afirma ele, sem cerimônia.
Apesar do ceticismo, Toledo acredita que a possibilidade de conquistar uma medalha em Pequim realmente existe. Ele divide a mesma opinião com o treinador da equipe, João Carlos Soares, que já coordenou três equipes olímpicas desde que chegou ao Brasil, em 1995.
Ambos dizem que o que mudou desde o último ciclo olímpico não foi a qualidade dos pugilistas, mas o nível de preparação a que eles tiveram acesso.
"Já tivemos excelentes boxeadores em Santo André [no centro de treinamento da modalidade], mas hoje os atletas que têm uma orientação focada para o boxe olímpico são treinados sob a concepção de que, sem experiência internacional, não é possível evoluir", afirma Soares.
Os intercâmbios em torneios no exterior foram tantos que há na equipe atletas, como Robson Conceição, que foram bem-sucedidos em pré-olímpicos mesmo sem nunca terem participado de um Mundial ou de um Pan-americano.
"Gostaria de ter disputado o Pan do Rio. Infelizmente não deu. Mas, como eu já lutei bastante com os gringos, confiava em mim, sabia que eu tinha condições de chegar a essa vaga", diz Conceição.
Ele e Robenílson Vieira, que começaram juntos no boxe, em 2004, confirmaram presença em Pequim ao arrebatarem, respectivamente, a medalha de ouro e a de prata no Pré-olímpico da Guatemala, em abril. Nessa competição, outros três brasileiros Myke Carvalho, Paulo Carvalho e Éverton Lopes carimbaram o passaporte para a China.
Washington Silva, que seguirá assim como Myke Carvalho à sua segunda olimpíada, foi o único que se classificou no Pré-olímpico de Trinidad e Tobago, realizado em março.
Foi o único também que, na busca pela vaga, venceu um americano, Christopher Downs. (GIULLIANA BIANCONI)

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